São Paulo, quarta-feira, 23 de junho de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Brizola
No país da falta de ética e da falta de políticos íntegros, a perda de Leonel de Moura Brizola é irreparável. Embora tivesse muitos defeitos, como qualquer ser humano, Brizola tinha uma grande qualidade: era irredutível em suas idéias políticas e firme em suas convicções. Além disso, era uma pessoa acessível, simples e calorosa. Não vamos chorar, Brizola está vivo nas páginas da história."
Mário Annuza (Rio de Janeiro, RJ)

 

"Tivesse o Brasil investido na educação pública e incorporado nacionalmente os Cieps, idealizados por Darcy Ribeiro e implantados por Leonel Brizola quando governador do Rio, com certeza teríamos hoje um país menos injusto e menos violento. Um dos caminhos mais eficazes para a redução da violência e da criminalidade é a prevenção pela educação e pelo investimento social. O melhor modo de homenagear Brizola é implantar um sistema de educação digna para todos, e não para alguns privilegiados. Construir Cieps é mais barato e infinitamente melhor e mais eficaz do que construir presídios."
Leonardo Isaac Yarochewsky (Belo Horizonte, MG)

 

"Brizola é da galeria de personalidades que só são plenamente amadas e compreendidas após sua morte. Foi, sem dúvida, ao lado de Getúlio, o mais significativo líder brasileiro do século 20. Brizola, se cometeu erros, foi no varejo, pois, no atacado, acertou todas. O povo sempre o compreendeu e o amou. Suas dificuldades ocorreram com os formadores de opinião."
Antonio Negrão de Sá (Rio de Janeiro, RJ)

 

"A morte do ex-governador Brizola coloca-nos em contato não apenas com os desígnios trágicos da existência mas também com a realidade ambígua e bufa da política nacional. As opiniões dos políticos e da mídia sobre o Brizola vivo, de ontem, comparadas às de hoje, causam espanto e denunciam, no mínimo, um transtorno de personalidade grave ou mau-caratismo."
Ezio Flavio Bazzo (Brasília, DF)

Licitação
"O editorial "Plataforma política" (Opinião, 21/6) não reproduz com fidelidade a posição da governadora Rosinha Garotinho a respeito da licitação da plataforma PRA-1. Não houve denúncia, tampouco acusação contra a Petrobras. Ciosa de seu papel de legítima representante dos interesses da população do Estado do Rio, a governadora clamou apenas por maior transparência no processo licitatório, pois, de acordo com informações de que dispunha, uma empresa instalada no Rio fora preterida -a despeito de seu preço ter sido menor do que o apresentado pela vencedora. Cumpre esclarecer que, no dia seguinte, 18 de junho, a suspeição se transformou em fato substantivo: em carta à governadora, o estaleiro Mauá Jurong confirmou ter sido excluído apesar do menor valor de sua proposta. De resto, esclarecemos que a governadora Rosinha Garotinho de fato equivocou-se. A Petrobras não vai pagar R$ 80 milhões, mas, sim, R$ 104 milhões a mais para contratar a plataforma em um estaleiro baiano. Cabe à Petrobras aclarar a questão, oferecendo à sociedade não o destempero público de seu presidente, mas, sim, informações consistentes sobre o contrato a fim de que não pairem dúvidas quanto à transparência do processo."
Ricardo Bruno, secretário de Comunicação Social do Estado do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ)

Nota da Redação - O editorial reproduziu com fidelidade as declarações da governadora, que colocou sob suspeita a lisura da licitação promovida pela Petrobras.

Prefeitura
"No texto "Será difícil ajustar dívida à lei, diz secretário" (Cotidiano, pág. C5, 21/6), acontece novamente, em poucos dias, o que alguns repórteres estão transformando em um hábito: contrariar o "Manual da Redação" da Folha ao não ouvir o outro lado nas reportagens publicadas. É mentirosa a afirmação do secretário municipal de Finanças de que, durante a administração Paulo Maluf, o problema financeiro de São Paulo se teria agravado com a emissão de precatórios. Os precatórios emitidos pela Prefeitura de São Paulo foram pedidos primeiro pela administração anterior, de Luiza Erundina, então do PT, e depois pela própria administração Maluf. Foram autorizados pelo Senado depois de parecer técnico do Ministério da Fazenda e do Banco Central, que atestaram a lisura do procedimento. Até que Maluf saísse da prefeitura, os precatórios do município foram pagos rigorosamente em dia e obedecendo à ordem cronológica, também como manda a lei. Quanto ao montante da dívida -até a sua renegociação-, isso se deve ao fato de que, sobre o valor dos títulos emitidos, foram aplicados mês a mês os juros bancários exorbitantes autorizados pelo governo federal."
Adilson Laranjeira, assessor de imprensa de Paulo Maluf (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Fabio Schivartche - Relatório final da CPI dos Precatórios aponta que a gestão Maluf endividou a cidade em cerca de R$ 1,5 bilhão com o alegado objetivo de pagar precatórios, mas apenas cerca de 20% dos recursos foram usados para esse fim.

Pesquisa
"Foi com orgulho que li o editorial "Vacina paulista" (Opinião, 19/6), que revela o trabalho e o esforço de pesquisadores e funcionários do Instituto Butantan para alcançar a excelência na produção de vacinas e biofármacos. Como mencionado no texto, as dificuldades são enormes -principalmente a evasão de quadros devido aos baixos salários, em média 50% menores que os dos colegas docentes universitários, médicos, delegados e técnicos da área privada. Só a economia feita pelo Estado com a produção de vacinas pelo Butantan poderia corrigir os vencimentos dos servidores de todos os 17 institutos de pesquisa paulistas."
Marcelo De Franco, pesquisador científico do Instituto Butantan (São Paulo, SP)

Moda
"Em relação à carta de Maria Minervina Novaes Silva (20/6), a Coordenadoria de Imprensa do Governo do Estado de São Paulo informa que, durante a visita à São Paulo Fashion Week, o governador Geraldo Alckmin assinou um convênio para qualificar e beneficiar moradores da favela Vila Nova Jaguaré, destinando recursos no valor de R$ 35 mil à Congregação de Santa Cruz para a implantação do Projeto Moda, desenvolvido pelo Núcleo Voluntário de Moda."
Emerson Figueiredo, secretário-adjunto da Secretaria da Comunicação do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)


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