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PAINEL DO LEITOR
Violência confinada
"Hoje, na periferia de São Paulo, temos
pessoas e famílias inteiras tendo de exilar-se do bairro onde moram, jovens sem
empregos, sem acesso a uma educação
de qualidade -às universidades públicas ou privadas-, a áreas de esporte, à
cultura, ao lazer, à moradia e à saúde.
É lamentável ver milhares de jovens
morrerem sem sonhos, pela falta de expectativa de futuro, tendo como referência as armas, as drogas e a violência. É
mais lamentável ainda ver confirmada a
tese de que, enquanto a violência estiver
confinada à periferia, ela estará controlada. Democracia social já!"
Luiz Carlos dos Santos, coordenador do
Movimento Tome uma Atitude pela Não-Violência -Zona Sul (São Paulo, SP)
Dengue
"Em relação ao editorial "Alerta contra
a dengue" (Opinião, pág. A2, 19/10), a
Fundação Nacional de Saúde (Funasa),
órgão executivo do Ministério da Saúde,
informa que lançou no último dia 24 de
julho o Programa Nacional de Controle
da Dengue (PNCD), em conjunto com
as secretarias estaduais e municipais de
Saúde, depois de referendado pelo Conselho Nacional de Saúde. O principal objetivo do programa é fazer a prevenção
da ocorrência de dengue para reduzir,
ao máximo, o número de casos da doença. O PNCD conta com recursos da ordem de R$ 1 bilhão.
As principais metas do PNCD são: reduzir a menos de 1% a infestação predial
pelo Aedes aegypti em todos os municípios brasileiros; reduzir em 50% o número de casos em 2003 em relação a
2002 e em mais 25% nos anos seguintes e
reduzir a menos de 1% os óbitos por
dengue hemorrágica.
Entre as diversas atividades previstas
no PNCD, várias já foram executadas,
como a criação e a instalação do Comitê
Nacional de Acompanhamento e Assessoramento das Ações contra a Dengue,
que se reúne uma vez por mês para avaliar e auxiliar na implementação do programa.
A Funasa também instalou, no dia 1º
de outubro, o Comitê Nacional de Mobilização Social contra a Dengue com a finalidade de implementar ações de educação em saúde e a mobilização social,
principalmente as relacionadas ao "Dia
D" nacional, no próximo dia 23 de novembro, quando a população irá identificar, eliminar ou tratar os potenciais focos do Aedes aegypti."
Márcia Turcato, chefe da Assessoria de
Comunicação e Educação em Saúde da
Fundação Nacional de Saúde -Funasa
(Brasília, DF)
Eleições
"A Folha é um jornal cujo procedimento ético afiança a sua imensa credibilidade. Em muitas batalhas em prol de
causas públicas, seu jornalismo foi definido pela busca da integridade factual e
pelo respeito às pessoas. Por isso mesmo, quando uma acusação é posta em
suas páginas, os leitores a vêem como
própria à categoria das quase certezas.
Como em todo trabalho humano, entretanto, o jornal pode errar. Para isso, justamente, existe uma coluna diária e o
cargo de ombudsman. É possível seguir
a cautela e o rigor com que os procedimentos do periódico são analisados. No
caso do deputado Ivan Valente, homem
de honra e pobre após anos de representação popular na Assembléia Legislativa
de São Paulo e na Câmara dos Deputados, todos os que o ajudam nas campanhas sabem das suas dificuldades para
obter recursos, por meio de amigos, e
doações de militantes. E todos testemunham estrita lisura e respeito aos valores
tanto no seu comportamento público
quanto em sua existência particular. Ficamos consternados com a inclusão de
seu nome na reportagem "Na surdina,
montadoras engatam lobby" (Eleições
2002, pág. Especial 6, 20/10).
Temos certeza de que o jornal, seguindo a sua tradição de respeito às reputações ilibadas, sejam elas de pessoas da
direita, da esquerda ou de qualquer outro segmento político, irá apurar novamente o caso, manifestando o seu juízo
corretivo no momento exato. Ivan Valente é patrimônio de moralidade parlamentar e, como tal, merece o nosso
apoio."
Maria Sylvia Carvalho Franco, professora
titular do Departamento de Filosofia da USP
e da Unicamp e Roberto Romano, professor
titular do Departamento de Filosofia da
Unicamp (São Paulo, SP)
Resposta do jornalista Frederico Vasconcelos - A honra do parlamentar
não foi questionada. A Fenabrave não
negou a existência da lista, na qual
consta o nome de Ivan Valente. O deputado foi procurado e a reportagem
registrou que ele desconhece a empresa citada e dela não recebeu apoio. O
jornalista teria sido omisso se não tivesse revelado esses fatos.
"Em relação à reportagem "Na surdina,
montadoras engatam lobby", inicialmente esclareço, quanto ao vínculo com
o deputado Antonio Carlos Pannunzio
(PSDB), que minha família manteve e
mantém relações de amizade com a família Pannunzio.
Esclareço também que minha empresa nunca forneceu veículos ou qualquer
outro tipo de apoio nas campanhas eleitorais de 1998 e de 2002 ao referido deputado ou a qualquer outro candidato.
Também nunca autorizei ninguém a
colocar o meu nome ou os de minhas
empresas em listas de empresas concessionárias que supostamente exercem
trabalhos de lobby - coordenados pela
Fenabrave em Brasília.
De outro lado, caso exista alguma lista
com meu nome ou de minhas empresas
dando essa conotação, trata-se de uma
atitude irresponsável, desleal e de má-fé,
que visa, ao que tudo indica, denegrir
minha imagem e a de minhas empresas
sem nenhum motivo, o que será objeto
de apuração de responsabilidade civil e
criminal, razão pela qual solicito ao jornalista Frederico Vasconcelos informar
quem é ou quem são as referidas pessoas."
Luiz Calvo Ramires, diretor-presidente da
Ramires Diesel Ltda. (Sorocaba, SP)
Resposta do jornalista Frederico Vasconcelos - A reportagem não faz acusações à empresa ou ao parlamentar,
que foram consultados antes da publicação. O jornalista não revela as suas
fontes.
Apoio
"Para nós, malufistas da primeira hora,
acostumados a perder eleições sem perder a linha, o anunciado apoio ao PT e a
Genoino soa como obituário do sr. Paulo
Maluf."
Benedito Batista (São Paulo, SP)
Roubo ou atentado
"Poucos dias depois de publicado na
Folha o meu artigo "Poses e trejeitos"
("Tendências/Debates", pág. A3, 16/10),
que suscitou uma onda de furiosos protestos petistas -desacompanhados, como sempre, de qualquer tentativa de refutar os fatos ali mencionados-, sucedeu algo de muito estranho.
O artigo trazia, no rodapé, o nome da
empresa que publica os meus livros e
promove os meus cursos em São Paulo,
a É Realizações. Pois bem: na madrugada de 19/10, a sede dessa firma, na Vila
Mariana, em São Paulo, foi invadida e
saqueada. Levaram quatro computadores, equipamentos de gravação em vídeo
e em áudio, documentos e dinheiro.
Simples roubo ou atentado camuflado
em roubo? Creio que jamais iremos saber."
Olavo de Carvalho (Petrópolis, RJ)
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