São Paulo, quarta-feira, 23 de outubro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Violência confinada
"Hoje, na periferia de São Paulo, temos pessoas e famílias inteiras tendo de exilar-se do bairro onde moram, jovens sem empregos, sem acesso a uma educação de qualidade -às universidades públicas ou privadas-, a áreas de esporte, à cultura, ao lazer, à moradia e à saúde.
É lamentável ver milhares de jovens morrerem sem sonhos, pela falta de expectativa de futuro, tendo como referência as armas, as drogas e a violência. É mais lamentável ainda ver confirmada a tese de que, enquanto a violência estiver confinada à periferia, ela estará controlada. Democracia social já!"
Luiz Carlos dos Santos, coordenador do Movimento Tome uma Atitude pela Não-Violência -Zona Sul (São Paulo, SP)


Dengue
"Em relação ao editorial "Alerta contra a dengue" (Opinião, pág. A2, 19/10), a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão executivo do Ministério da Saúde, informa que lançou no último dia 24 de julho o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), em conjunto com as secretarias estaduais e municipais de Saúde, depois de referendado pelo Conselho Nacional de Saúde. O principal objetivo do programa é fazer a prevenção da ocorrência de dengue para reduzir, ao máximo, o número de casos da doença. O PNCD conta com recursos da ordem de R$ 1 bilhão.
As principais metas do PNCD são: reduzir a menos de 1% a infestação predial pelo Aedes aegypti em todos os municípios brasileiros; reduzir em 50% o número de casos em 2003 em relação a 2002 e em mais 25% nos anos seguintes e reduzir a menos de 1% os óbitos por dengue hemorrágica.
Entre as diversas atividades previstas no PNCD, várias já foram executadas, como a criação e a instalação do Comitê Nacional de Acompanhamento e Assessoramento das Ações contra a Dengue, que se reúne uma vez por mês para avaliar e auxiliar na implementação do programa.
A Funasa também instalou, no dia 1º de outubro, o Comitê Nacional de Mobilização Social contra a Dengue com a finalidade de implementar ações de educação em saúde e a mobilização social, principalmente as relacionadas ao "Dia D" nacional, no próximo dia 23 de novembro, quando a população irá identificar, eliminar ou tratar os potenciais focos do Aedes aegypti."
Márcia Turcato, chefe da Assessoria de Comunicação e Educação em Saúde da Fundação Nacional de Saúde -Funasa (Brasília, DF)


Eleições
"A Folha é um jornal cujo procedimento ético afiança a sua imensa credibilidade. Em muitas batalhas em prol de causas públicas, seu jornalismo foi definido pela busca da integridade factual e pelo respeito às pessoas. Por isso mesmo, quando uma acusação é posta em suas páginas, os leitores a vêem como própria à categoria das quase certezas.
Como em todo trabalho humano, entretanto, o jornal pode errar. Para isso, justamente, existe uma coluna diária e o cargo de ombudsman. É possível seguir a cautela e o rigor com que os procedimentos do periódico são analisados. No caso do deputado Ivan Valente, homem de honra e pobre após anos de representação popular na Assembléia Legislativa de São Paulo e na Câmara dos Deputados, todos os que o ajudam nas campanhas sabem das suas dificuldades para obter recursos, por meio de amigos, e doações de militantes. E todos testemunham estrita lisura e respeito aos valores tanto no seu comportamento público quanto em sua existência particular. Ficamos consternados com a inclusão de seu nome na reportagem "Na surdina, montadoras engatam lobby" (Eleições 2002, pág. Especial 6, 20/10).
Temos certeza de que o jornal, seguindo a sua tradição de respeito às reputações ilibadas, sejam elas de pessoas da direita, da esquerda ou de qualquer outro segmento político, irá apurar novamente o caso, manifestando o seu juízo corretivo no momento exato. Ivan Valente é patrimônio de moralidade parlamentar e, como tal, merece o nosso apoio."
Maria Sylvia Carvalho Franco, professora titular do Departamento de Filosofia da USP e da Unicamp e Roberto Romano, professor titular do Departamento de Filosofia da Unicamp (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Frederico Vasconcelos - A honra do parlamentar não foi questionada. A Fenabrave não negou a existência da lista, na qual consta o nome de Ivan Valente. O deputado foi procurado e a reportagem registrou que ele desconhece a empresa citada e dela não recebeu apoio. O jornalista teria sido omisso se não tivesse revelado esses fatos.

 

"Em relação à reportagem "Na surdina, montadoras engatam lobby", inicialmente esclareço, quanto ao vínculo com o deputado Antonio Carlos Pannunzio (PSDB), que minha família manteve e mantém relações de amizade com a família Pannunzio.
Esclareço também que minha empresa nunca forneceu veículos ou qualquer outro tipo de apoio nas campanhas eleitorais de 1998 e de 2002 ao referido deputado ou a qualquer outro candidato.
Também nunca autorizei ninguém a colocar o meu nome ou os de minhas empresas em listas de empresas concessionárias que supostamente exercem trabalhos de lobby - coordenados pela Fenabrave em Brasília.
De outro lado, caso exista alguma lista com meu nome ou de minhas empresas dando essa conotação, trata-se de uma atitude irresponsável, desleal e de má-fé, que visa, ao que tudo indica, denegrir minha imagem e a de minhas empresas sem nenhum motivo, o que será objeto de apuração de responsabilidade civil e criminal, razão pela qual solicito ao jornalista Frederico Vasconcelos informar quem é ou quem são as referidas pessoas."
Luiz Calvo Ramires, diretor-presidente da Ramires Diesel Ltda. (Sorocaba, SP)

Resposta do jornalista Frederico Vasconcelos - A reportagem não faz acusações à empresa ou ao parlamentar, que foram consultados antes da publicação. O jornalista não revela as suas fontes.


Apoio
"Para nós, malufistas da primeira hora, acostumados a perder eleições sem perder a linha, o anunciado apoio ao PT e a Genoino soa como obituário do sr. Paulo Maluf."
Benedito Batista (São Paulo, SP)


Roubo ou atentado
"Poucos dias depois de publicado na Folha o meu artigo "Poses e trejeitos" ("Tendências/Debates", pág. A3, 16/10), que suscitou uma onda de furiosos protestos petistas -desacompanhados, como sempre, de qualquer tentativa de refutar os fatos ali mencionados-, sucedeu algo de muito estranho.
O artigo trazia, no rodapé, o nome da empresa que publica os meus livros e promove os meus cursos em São Paulo, a É Realizações. Pois bem: na madrugada de 19/10, a sede dessa firma, na Vila Mariana, em São Paulo, foi invadida e saqueada. Levaram quatro computadores, equipamentos de gravação em vídeo e em áudio, documentos e dinheiro.
Simples roubo ou atentado camuflado em roubo? Creio que jamais iremos saber."
Olavo de Carvalho (Petrópolis, RJ)


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