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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
A serviço da infância
De 17 a 24 de novembro, encontram-se unidas várias Igrejas na
cidade de São Paulo reafirmando o
compromisso comum de serviço ao
menor, especialmente quando em situação de pobreza e de risco. A iniciativa abrange celebrações nas Igrejas
Metodista (17/11), Luterana (19/11),
Católica (20/11), Presbiteriana Independente (21/11) e Anglicana (22/11) e
inclui três dias de estudo sobre o tema
"transformar-se para transformar".
Essa atividade das Igrejas retoma a bela experiência surgida há 20 anos da
"Semana Ecumênica do Menor", realizada a cada ano e que tanto contribuiu para motivar a sociedade e especialmente as comunidades religiosas
para assumirem a responsabilidade
em relação às crianças desamparadas.
É difícil avaliar o bem que as "Semanas do Menor" conseguiram realizar,
favorecendo, pouco a pouco, a mudança de mentalidade no modo de conhecer a condição dos menores e de
vir, com amor, em seu auxílio.
Na origem de muitos desses trabalhos está a criação, há 25 anos, da Pastoral do Menor na Arquidiocese de
São Paulo, por inspiração do cardeal
d. Paulo Evaristo Arns, que desejava
atender às inúmeras situações de menores nas ruas da capital. O início modesto aos poucos foi se desenvolvendo
com a abertura de centros comunitários educacionais nas nove regiões
episcopais da Arquidiocese. O atendimento descentralizado oferece amparo a milhares de menores nas áreas de
periferia, evitando a atração para o
centro da cidade.
No dia 20/11, mais de 300 pessoas
puderam recordar e reviver em comum as vicissitudes, os sofrimentos,
as alegrias e as esperanças do árduo
trabalho em bem de nossos meninos,
meninas e adolescentes carentes.
Lembramos os agentes das primeiras
horas, Irmã Maria do Rosário Cintra,
Ruth Pistori, Padre Julio Lancelotti,
Padre Batista -já falecido-, Padre
João Drexel, Haroldo e Telge Miranda,
Irmão Joaquim Panini e tantos voluntários generosos, religiosos e leigos,
cujos nomes estão inscritos no coração de Deus e que têm assumido, sem
medir sacrifícios, a causa do menor.
Desde o início, muitos casais pertencentes a movimentos familiares colocaram-se à disposição para acompanhar crianças e famílias necessitadas
-conforme o programa de "Liberdade Assistida". Ao lado da Pastoral da
Criança, cujos excelentes frutos em
bem da gestante e dos neonatos até
seis anos são bem conhecidos, a Pastoral do Menor difundiu-se por todo o
Brasil e muito influenciou na elaboração do "Estatuto da Criança e do Adolescente".
No horizonte, surge uma esperança
maior. Em maio de 2000, foi criada a
"Rede Global de Religiões em Bem da
Infância", por iniciativa da Fundação
Budista Arigatou, em Tóquio. A organização promove o diálogo e as ações
entre as religiões para defender os direitos das crianças -tesouro da humanidade- e assegurar o seu desenvolvimento integral. De 2 a 4 de dezembro vai se realizar em Buenos Aires a conferência dessa gigantesca associação para enfrentar os desafios da
pobreza e da violência e garantir educação básica, especialmente ética, para
todos. Como pessoas de fé, os membros dessa rede global ensinam a ver a
Presença Divina em cada pessoa e a
promover pela oração e pela ação a vida digna de toda criança. Para os cristãos, permanece a força da palavra de
Jesus Cristo: "Tudo o que fizermos a
uma criança é a Ele que o fazemos".
Que os planos novos do governo
ajudem a unir nossas energias fazendo convergir para a infância o foco
principal de todas as políticas sociais
do país.
D. Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.
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