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BAIXA PRODUTIVIDADE
Depois de forte incremento
na década de 90, os ganhos de
produtividade da indústria brasileira
arrefeceram. Nos últimos três anos,
eles permaneceram estagnados, segundo dados divulgados pelo Banco
Central. O fraco desempenho econômico é a principal causa do fenômeno. Sem crescimento, não há estímulo a investimentos em modernização -por ora praticamente restritos a alguns setores mais dinâmicos
voltados para a exportação.
O avanço na competitividade industrial foi uma das características
do período que se estende de 1990 a
2001, quando teve lugar um intenso
processo de transformações econômicas no país, desencadeado pela
abertura comercial e financeira. Nesses anos, a cotação do real em relação ao dólar -bastante favorável às
importações até 1999- e a maior exposição à concorrência externa ajudaram a impulsionar um ciclo de
inovações tecnológicas na indústria,
acompanhado de forte contração do
mercado de trabalho.
De acordo com uma outra pesquisa, a cargo do Grupo de Indústria e
Competitividade do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), nesses 11 anos,
o saldo entre postos de trabalho
abertos e fechados foi positivo em
3,2 milhões -número aquém do necessário para absorver a população
que chega anualmente ao mercado,
em torno de 1,7 milhão de pessoas.
A constatação de que parte das conquistas de competitividade está sendo perdida, num ambiente de elevado desemprego, sugere que novos
avanços deverão advir de investimentos no aperfeiçoamento da capacidade produtiva. Isso dependerá não
apenas de políticas industriais, mas
fundamentalmente da formação de
um ambiente de expansão econômica e confiança no futuro, algo que o
país ainda espera.
Mais do que aumentar a produtividade, o desafio é fazê-lo sem perder
de vista a premente necessidade de
fomentar o emprego. Identificar os
segmentos com maior potencial de
empregar -como construção civil,
saneamento básico e serviços sociais- e inseri-los nas políticas de
desenvolvimento é uma das mais importantes tarefas que se colocam para o governo.
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