São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 2006 |
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FERNANDO RODRIGUES O epílogo da crise
BRASÍLIA - A crise do mensalão e adjacências entra agora no seu epílogo.
Daqui para a frente, só o lento processo judicial. O desfecho real é incerto, para dizer o mínimo. Há exemplos históricos. Collor se salvou. Maluf se salvou. Brasil.
Na parte ainda passível de exploração política, há poucas pendências.
Uma delas para Lula. O seu doador
universal Paulo Okamotto ainda
paira como dúvida, com seu sigilo
bancário voando de lá para cá. Pode
até ser uma bomba ambulante, mas é
difícil imaginar que algo tão destruidor pudesse ficar tanto tempo em segredo numa cidade porosa e dada a
vazamentos como Brasília.
Do lado da oposição, PSDB e PFL
parecem temer o aparecimento de
mais conexões com valerioduto ou
ruralduto. Seria a pá de cal na estratégia eleitoral de tucanos e pefelistas.
Já é difícil carimbar Lula e PT como
os "mais corruptos da história". Se
aparecer mais lama do lado de lá do
muro, fica impossível.
Nesse cenário, a eleição presidencial torna-se difícil para os adversários do Palácio do Planalto. A ultra-esquerda já rachou. Zé Maria
(PSTU) e Heloísa Helena (PSOL) não
devem sair unidos. No PMDB, a balbúrdia usual. Continua real a chance
de Anthony Garotinho ser o candidato, mas ele não está nem aí para o
PMDB. No campo PSDB-PFL, reina
a comédia. Os pefelistas fazem guerra
para escolher o candidato a vice. Os
tucanos acham que o presidenciável
Alckmin faz tudo errado.
Como escreveu ontem o pefelista e
suposto aliado tucano Cesar Maia:
"Em reeleição, só ganha a oposição
quando faz "strike" no chefe de governo. Até o Berlusconi com a Itália parada há dois anos empatou a eleição". Pois é, parece que a oposição dá
sinais de jogar a toalha -e a disputa
ainda nem começou para valer.
Brasília fez 46 anos. O assunto da capital nos últimos dias é um jacaré solto no lago Paranoá. Grande debate. Deve ou não ser removido? @ - frodriguesbsb@uol.com.br Texto Anterior: São Paulo - Vinicius Torres Freire: Corações e mentes do eleitor Próximo Texto: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: Telê Índice |
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