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NOVO MODELO ELÉTRICO
O malogro do modelo do setor elétrico do governo FHC
resultou em racionamento, inadimplência de várias empresas altamente
endividadas em moeda estrangeira e
aumento das tarifas acima da inflação. Nesta semana, o novo CNPE
(Conselho Nacional de Política Energética) aprovou as diretrizes para a
reestruturação do setor, válidas para
o período de 2004 a 2009.
As regras ainda passarão por debates com o setor privado e o Congresso. Porém o novo modelo parece
apresentar avanços consideráveis ao
devolver ao Ministério das Minas e
Energia a capacidade de planejar a
demanda e a oferta desse insumo essencial para o crescimento.
Será criado o ACCE (Administrador do Contrato de Compra de Energia), com a função de liquidar os
contratos entre todos os agentes do
sistema. Isso permitirá a definição de
um preço médio para a energia, entre
o valor da chamada "energia velha"
(mais barata, pois produzida por hidrelétricas estatais, com investimento amortizado) e o da "energia nova"
(mais cara, originada em novas usinas, inclusive em termoelétricas).
O novo modelo elimina ainda a
correção das tarifas pelo IGP-M. Será
criado um índice de custos específico
para o setor. As empresas terão revisões periódicas de contrato a cada
cinco anos. Altera-se, também, a metodologia para as licitações de novas
usinas. Vencerão os que se comprometerem com as menores tarifas e
não com o melhor preço de oferta,
favorecendo os consumidores.
No que se refere ao planejamento,
procura-se estabelecer contratos de
médio prazo, para garantir um fluxo
financeiro regular para as empresas.
Um sistema de punições será criado
para evitar imprevistos e estrangulamentos inesperados na oferta.
Está sendo desenhado também um
modelo de financiamento de projetos de geração, distribuição e construção de linhas de transmissão. Nele, tanto novos investimentos como
contratos de compra e venda de energia entre geradoras e distribuidoras
seriam garantidos pelos recebíveis
(as contas de luz) das empresas. Um
fundo de liquidez, possivelmente
formado com os recursos do seguro-apagão (estimado em R$ 13,3 bilhões), cobriria inadimplências.
Espera-se que o setor energético
possa emergir da enorme confusão
regulatória atual para uma situação
de regras claras e menos incertezas.
O país, definitivamente, não pode
mais ser surpreendido por apagões.
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