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FERNANDO RODRIGUES
O fator Lula
BRASÍLIA - A nova pesquisa Datafolha, finalizada ontem, indica novo empate técnico entre os dois
principais concorrentes ao Palácio
do Planalto. No final de junho, José
Serra (PSDB) tinha 39% contra 37%
de Dilma Rousseff (PT). Agora, o tucano aparece com 37% e a petista
tem 36%. Como a margem de erro é
de dois pontos percentuais, os dois
não saíram do lugar do ponto de
vista estatístico.
O que aconteceu de relevante na
política nacional desde o final de
junho? Nada, exceto fatos com repercussão na micropolítica. Por
exemplo, houve o caso do candidato a vice-presidente na chapa tucana, o deputado Indio da Costa, acusando o PT de ligações com o narcotráfico. Também ficou cada vez
mais evidente a ocorrência de um
crime na quebra do sigilo fiscal do
dirigente do PSDB Eduardo Jorge.
Ficou próxima de zero a influência
desses episódios na massa de 135
milhões de eleitores.
O mais notável nos últimos cerca
de 20 dias foi não ter havido propaganda de TV para nenhum candidato. Dilma e Serra passaram a seco. Nas últimas semanas, foram
eles mesmos, órfãos das luzes e da
assepsia dos comerciais.
A propaganda eleitoral em rádio
e TV só começa na segunda quinzena de agosto. A lógica até agora foi
simples: 1) Serra ficou, apesar de
variações sazonais, com uma pontuação média próxima de 35%; 2)
Dilma cresceu nas pesquisas todas
as vezes em que apareceu de maneira intensa ao lado de Lula.
A pesquisa Datafolha de hoje reforça a lulo-dependência de Dilma
e a incapacidade de Serra de ampliar seus percentuais -afinal, o
tucano nunca caiu muito, mas jamais subiu de forma robusta depois
de se expor na TV.
A disputa segue aberta. A ausência de Lula nas TVs ao lado de Dilma será suprida em agosto. No início de setembro, será possível saber
se a petista mantém sua curva ascendente ou se a transferência lulista chegou perto do teto.
fernando.rodrigues@grupofolha.com.br
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