|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Momentos inolvidáveis
CARLOS HEITOR CONY
Rio de Janeiro - Falar de sexo já foi
tabu na imprensa. Era de mau gosto.
Nem por isso a sociedade era puritana, pelo contrário, era mais depravada do que a de hoje. Mesmo assim,
continuo implicando com o discurso
moralista das feministas de vários tamanhos e intenções. É talvez o pior dos
moralismos em atividade.
A melhor regra (sem segunda intenção) para o prazer feminino é não ter
regra alguma. Como no caso masculino, cada um que tenha o seu da forma
que melhor lhe convier, inclusive não
tendo prazer algum, se for o caso.
Lembro um caso que li em velha crônica de Humberto de Campos. Houve
um problema de fronteira com a Bolívia, soldados brasileiros invadiram
uma vilazinha do lado de lá.
Saquearam pouco, mas estupraram
muito. Eram brasileiros. Quando soube da reprovável ação dos soldados,
um marechal foi destacado para ir à
vila pedir desculpas pelo procedimento abominável dos nossos patrícios.
O marechal soube que uma senhora
de 40 anos havia se submetido aos bestiais instintos de nada menos que 150
investidas de nossas cores. Horrorizado, o marechal foi visitá-la, ajoelhou-se em lágrimas a seus pés, beijou-lhe as
mãos, declarou-se envergonhado pela
ação dos soldados, garantiu que um
rigoroso inquérito iria punir os tarados etc. Só queria saber se haviam sido
150 os criminosos. Uns diziam que
eram mais.
Prostrada na cama após tantas investidas, a mulher aceitou as desculpas, mas não soube precisar o número
das violações. Apenas suspirou: ""Mariscal... que momentos inolvidables!...".
Texto Anterior: Brasília - Fernando Rodrigues: A bagunça de sempre Próximo Texto: Luciano Mendes de Almeida: Gesto jovem Índice
|