São Paulo, sábado, 24 de agosto de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Asilo
"Fiquei indignado com a reportagem "Afegãos reclamam de tratamento no RS" (Brasil, pág. A4, 23/8), sobre as reclamações dos afegãos exilados no RS. Não que eu seja contrário a que se dê asilo a estrangeiros em nosso país, mas talvez esses afegãos não saibam que milhares de brasileiros não têm nem um teto para morar e ganham apenas um salário mínimo, que hoje é de R$ 200."
José Henrique B. Silva (Santa Rita do Passa-Quatro, SP)

Justiça
"A coluna "Painel" de 22/7 publicou, na nota "Apoio tucano'"(Brasil, pág. A4), que a dra. Consuelo Yoshida, embora tivesse figurado como segunda colocada na lista tríplice formada por membros do Ministério Público Federal e votada pelo órgão especial do TRF-3ª Região para compor o chamado 1/5 Constitucional do MPF junto àquela Corte, fora nomeada pelo presidente da República. Como membro do Ministério Público Federal e lotada na Procuradoria Regional da República da 3ª Região, mesma unidade de origem da dra. Consuelo, gostaria de esclarecer que o processo de escolha de membro do Ministério Público para compor tribunais, na forma constitucional , é composto de três fases. No MPF, a primeira delas é constituída pela formação de uma lista sêxtupla, em que os candidatos (as) recebem votos de procuradores de todo o Brasil (cada membro do MPF pode votar em até seis nomes). Essa lista é encaminhada ao Tribunal Regional Federal em questão, que forma uma lista tríplice a ser encaminhada ao presidente da República. No caso em questão, foram votados para compor a lista sêxtupla: Consuelo Yoshida (321 votos), Maria Iraneide Facchini (191 votos), Elizabeth Peinado (152 votos), Alice Kanaan (101 votos), José Alves Paulino (77 votos) e Maurício de Paula Cardoso (66 votos). Como se vê, a dra. Consuelo Yoshida foi a mais votada em sua própria casa, o Ministério Público Federal, na qual votam todos os membros da carreira, embora tenha figurado como segunda colocada na lista tríplice formada pelo órgão especial do TRF-3ª Região, na qual só votam os 19 membros mais antigos do referido tribunal. Assim, penso que a sua nomeação pelo presidente da República tenha correspondido amplamente à vontade dos membros do MPF."
Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, procuradora regional da República (São Paulo, SP)

Eua e Iraque
No artigo "Por que Bush prioriza o Iraque?" ("Tendências/Debates", pág. A3, 22/8), o general Carlos de Meira Mattos analisa a situação proposta por aquela pergunta somente pelo viés militar. Se formos além das explicações da necessidade do uso de "força militar", descobriremos que a escolha daquele país em lugar de muitas outras ditaduras, países "hostis" e "aliados do mal" (mas amigos dos EUA) é devida a fatores bem mais "baixos" que o de "manter a segurança dos americanos". A ameaça de um ataque ao Iraque provocou uma disparada no preço do petróleo no mercado internacional, e a fortuna da família Bush vem da exploração do petróleo. A indústria armamentista é a única que vai de "vento em popa" no mundo. Uma guerra sempre é boa razão para afastar a mídia de preocupações mais comezinhas, como os desastres na administração federal, na economia e na indústria de bens de consumo. Bush tenta consertar o erro do pai, que tinha tudo para derrubar o ditador Saddam Hussein em 1991, mas, "aconselhado" por seus assessores, parou a "Tempestade", pois era possível uma desestruturação da sociedade iraquiana, formada por grupos antagônicos (sunitas, xiitas, curdos etc.). Isso levaria a uma guerra civil e à interferência de países vizinhos, especialmente dos "inimigos e amigos" dos EUA (Síria, Irã e Turquia), situação que ainda não mudou."
Marco Antonio Xavier, historiador do Memorial do Imigrante (Guarulhos, SP)

Embrapa sem verbas
"Causa-me grande tristeza ver estampado nos jornais o descaso com que as nossas autoridades tratam o assunto "pesquisa" em nosso país. Todos sabemos que nossos alimentos vêm da terra, e uma entidade como a nossa Embrapa não é vista com bons olhos pelos políticos. Não sou funcionário da empresa, mas adoro agricultura. Li na Folha que Brasil e Argentina já produzem mais soja que os Estados Unidos. Mais apoio à Embrapa nos traria, com certeza, a supremacia na produção de várias outras espécies. Será que nenhum dos candidatos colocará em seus planos salvar a nossa valiosa Embrapa?"
Antonio Carlos Castro Costantin (Uberlândia, MG)

Senado
"A Folha decidiu que existem apenas três candidatos ao Senado por São Paulo, conforme o texto "Folha faz debate com candidatos ao Senado na 2ª" (Eleições, pág. Especial 5, 23/8). Lamento essa discriminação. O jornal passa aos leitores a impressão de que o PSDB, partido que governa o Brasil e São Paulo, não tem candidato a senador e que não pode debater com candidatos de outros partidos importantes. Induz o leitor a achar que só os três citados têm condições de vencer. Imagino que a Folha vá utilizar o argumento da ordem nas pesquisas. Então deveria informar também ao leitor o índice de pessoas que ainda desconhecem a eleição para senador, com dois votos. Ficaria claro que, neste momento, pesquisas sobre o Senado são prematuras e decisões com base nelas são arbitrárias."
José Aníbal, presidente nacional do PSDB, deputado federal e candidato ao Senado (Brasília, DF)

Nota da Redação - O deputado José Aníbal (PSDB-SP), candidato ao Senado, aparece em sexto lugar, com 5% das intenções de voto, na mais recente pesquisa Datafolha, publicada no último dia 19. Atrás de Ademar de Barros (PGT) e de Cunha Bueno (PPB), o deputado foi convidado a participar de um segundo debate com os dois candidatos citados, mas recusou. A Folha cancelou o evento.

Justa causa
"Só o futebol seria capaz de gerar tamanho absurdo. Sem jogar e sem trabalhar há mais de um mês, o meia Ricardinho continua recebendo o seu rico salário em dia pelo Corinthians. Em qualquer setor de trabalho no mundo, esse profissional já estaria demitido por justa causa"
Jonathas Lima do Nascimento (São Bernardo do Campo, SP)



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