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ELIANE CANTANHÊDE
Eu sou você amanhã
BRASÍLIA - Os deputados Aldo Rebelo, Agnelo Queiroz, Eduardo Campos, Miguel Rossetto e Ricardo Berzoini eram muito zelosos do interesse
público. Tanto que entraram na Justiça contra os presidentes do Banco
Central do governo FHC. Queriam a
verdade, somente a verdade.
Conforme a repórter Sheila D'Amorim, eles entraram com ações pelo
menos contra Armínio Fraga, Gustavo Loyola e Gustavo Franco por motivos diversos. Por causa do plano de
socorro aos bancos, por decisões sobre
a venda de instituições, até por campanhas publicitárias. Qualquer motivo era um bom motivo.
Já os ministros Aldo Rebelo, Agnelo
Queiroz, Eduardo Campos, Miguel
Rossetto e Ricardo Berzoini pensam
um pouco diferente. Eles são de um
governo que se diz chocado com o denuncismo contra as altas e respeitáveis autoridades da República. Querem dar um basta nisso.
Daí, por certo, serem totalmente favoráveis à decisão do presidente Lula
de transformar o atual presidente do
BC, Henrique Meirelles, em ministro.
Por medida provisória, instrumento
feito para atender requisitos de urgência. E sem discutir que Meirelles é
subordinado a Antonio Palocci Filho,
o que significa ministro subordinado
a ministro. Detalhes.
Sendo assim, temos que Fernando
Henrique Cardoso era um displicente
que deixava seus homens sujeitos às
chuvas e trovoadas da oposição, especialmente do PT. Já Luiz Inácio Lula
da Silva é rápido no gatilho para defender os seus de infortúnios.
Foi-se a época em que os processos
contra presidentes do BC não eram
apenas fartos, mas também fáceis e
disseminados. Presidente do BC no
governo Lula está devidamente
"blindado" -palavra cada vez mais
em voga em Brasília- contra denúncias e denuncismo. Agora, quem
quiser entrar com ação que vá ao Supremo Tribunal Federal, foro chique,
adequado para julgar ministros.
Não se pode tirar a razão de Lula,
não é mesmo? Ele sabe melhor do que
ninguém o que uma oposiçãozinha
irresponsável é capaz de fazer...
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