São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Judiciário
"O editorial "Greve no Judiciário" (Opinião, 21/9) expõe com clareza e objetividade os danos que a insensatez está a causar ao maior Estado do país e aos cidadãos em geral. É falta de espírito público e desrespeito ao povo de São Paulo consentir que reivindicações de uma parcela de servidores públicos estaduais sirvam de pretexto a desentendimentos que só resultam em prejuízos irreparáveis à grande maioria da população. Apostamos ainda no bom senso para que o povo de São Paulo não tenha de exigir e de convocar a solução extrema da intervenção federal no Estado. Peço vênia para subscrever integralmente o editorial da Folha."
Edson Carvalho Vidigal, presidente do Superior Tribunal de Justiça (Brasília, DF)

 

"Ao sugerir a intervenção federal em São Paulo por causa da greve dos servidores do Judiciário, a presidência do Superior Tribunal de Justiça comete toda sorte de impropriedades ("Greve na Justiça leva STJ a pedir intervenção federal", Brasil, 21/9). Defende uma idéia juridicamente equivocada e politicamente errada, que passaria despercebida não fosse o fato de invocar a autoridade do "nós aqui de cima" para solucionar o problema e a circunstância de se aproveitar de uma cerimônia obscura e da companhia da farda para chamar a atenção. Típica manifestação autoritária e demagógica. A cúpula dirigente do Judiciário em geral deve ser levada menos a sério e mais como um problema a ser resolvido."
Luis Fernando Camargo de Barros Vidal, juiz de direito (São Paulo, SP)

Imprensa e governo
"O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, jamais fez qualquer reparo a quem quer que seja em relação a contatos com a imprensa como afirmou ontem a nota "Espírito CFJ" ("Painel", Brasil, pág. A4). O "Painel" mais uma vez ignora o "Manual da Redação" e não ouve o outro lado. É lamentável que a coluna se deixe levar por informações infundadas, como se pode ver também na nota "Está valendo", na mesma página."
Telma Feher, assessora especial da Casa Civil da Presidência da República (Brasília, DF)

Juros
"Ao ler o artigo de Benjamin Steinbruch de 21/9 ("Salazarismo tropical", Dinheiro), passei a considerar Salazar, o antigo dirigente português, um exemplo a ser seguido. Tratar a coisa pública com parcimônia não merece os deboches piadísticos do articulista. Na verdade, a elevação da taxa Selic pelo Banco Central em 0,25 ponto percentual realmente foi um erro. Deveria ter sido em pelo menos um ponto. É muito fácil criticar a persecução das metas inflacionárias quando se pode tomar dinheiro público, adquirir empresas quase sem capital próprio, aumentar preços cartelizados, terceirizar empregados ganhando misérias e coroar tudo querendo baixar os juros das dívidas. Queria ver um desempregado, idoso, vivendo da aposentadoria do INSS (que se desvaloriza a cada ano) e vendo a conta do supermercado crescer mais de 40% em um ano, pedir a redução dos juros ao Banco Central porque "um pouco mais de inflação não faz mal a ninguém"."
Paulo Pereira (São Paulo, SP)

Continua lindo
"A cidade do Rio de Janeiro, sempre tão assolada de problemas, neste momento eleitoral dá um show de civilidade às cidades paulistas. Não há faixas nas ruas, banners ou cartazes pendurados nos postes ou em qualquer lugar das vias públicas, nem mesmo "lambe-lambe" nos tapumes. Só são permitidos outdoors e "tríplex" de tamanho pequeno nas calçadas com uma pessoa zelando por eles. Parabéns!"
Carlos Eduardo V. Mesquita (São Paulo, SP)

Violências
"Entre as violências cometidas pelo stalinismo esteve o apagamento da imagem de Trótski numa foto em que aparecia junto a Lênin quando este discursava aos trabalhadores. O jornalista Fernando Rodrigues, em seu artigo de 22/9 ("O discurso pró-Marta sumiu", Opinião, pág. A2), informa-nos que o alto comando do PT mandou retirar do site do governo o discurso em que Lula pedia votos para a candidata Marta Suplicy. Depois do chamado "cretinismo parlamentar", o PT agora inova com o "stalinismo eleitoral"."
Márcia Capovilla (Rio de Janeiro, RJ)

Lixo
"Em relação à reportagem "Escutas sugerem atuação em 10 cidades" (Brasil, pág. A8, 22/9), informo que a coleta de lixo em Caçapava (SP) é realizada pela empresa Constroeste Indústria e Comércio Ltda. desde 1998 e encontra-se com contrato válido. A empresa Leão & Leão, investigada pelo Ministério Público e pela polícia de Ribeirão Preto, jamais prestou serviços a essa prefeitura e, aliás, vem tumultuando o andamento da atual licitação para a coleta de lixo em Caçapava, ao entrar com recurso que só visa atrapalhar os serviços, com pedidos sem a menor fundamentação jurídica. É inadmissível que nossa prefeitura seja citada publicamente pela Promotoria através da imprensa, em companhia da máfia do lixo, apenas porque a tal empresa se candidatou para a licitação em nosso município -licitação que é aberta a qualquer empresa habilitada. Repudiamos o comportamento da Leão & Leão em nosso processo licitatório e consideramos fato demeritório o nome de nosso prefeito, que sempre demonstrou absoluto respeito à lei e ao patrimônio público, ter figurado de forma leviana num momento tão crucial para a vida política do país."
Nídia Martins, assessora de imprensa da Prefeitura de Caçapava (Caçapava, SP)

 

"Em nome do senhor prefeito de Franca (SP), Gilmar Dominici, a bem da verdade, solicito que sejam retificadas as informações contidas no texto "Promotoria vê quadrilha do lixo em SP" (Brasil, pág. A7, 23/9), em que a cidade de Franca foi incluída entre aquelas que têm relações de negócios com a empresa Leão & Leão. Tais relatos são incorretos, já que esta prefeitura não tem negócios com a citada empresa. A coleta de lixo em Franca é feita pela Empresa Colifran Engenharia, mediante processo licitatório regular. À página A8, o agravante maior está no destaque do mapa "Cidades onde teriam atuado...", em que são incluídos indevidamente Franca e o nome do seu prefeito, sendo que, na verdade, não existe nenhuma relação da prefeitura com a empresa mencionada na reportagem."
José Antônio de Almeida Turqueti, coordenador de Comunicação Social da Prefeitura de Franca (Franca, SP)

Nanotecnologia
"A Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica -Protec-, citada nominalmente no excelente artigo "Nanotecnologia e criacionismo" ("Tendências/ Debates", pág. A3, 23/9), do emérito professor da Unicamp Rogério Cezar de Cerqueira Leite, vem manifestar o seu total apoio em relação ao conteúdo do artigo e esclarecer a sua posição a respeito do assunto, já que foi citada nominalmente no texto. A Protec foi constituída em 20/2/2002, em São Paulo, e tem por objetivo pugnar por políticas que criem um ambiente de estímulo e de fomento à geração de inovações tecnológicas nas indústrias como um passo essencial à formação de uma tecnologia nacional e à nossa competitividade. Assim, a Protec apóia integralmente a nanotecnologia na política industrial, tecnológica e de comércio exterior do governo, entendendo-a exatamente como está enquadrada, ou seja, como portadora do futuro. E apóia também o instituto de nanotecnologia, no âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia, essencial ao desenvolvimento desse conhecimento e à capacitação de recursos humanos na área."
Roberto Nicolsky, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e diretor-geral da Protec (Rio de Janeiro, RJ)


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