 São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2004 |
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PAINEL DO LEITOR Aborto "A respeito de tão polêmico tema, gostaria de lembrar aos ilustres juristas, bispos e demais discípulos que escrevem sobre o "direito à vida" dos fetos anencefálicos que o conceito contemporâneo de morte do ponto de vista médico-legal é o de "morte encefálica". Portanto cabe a pergunta: como discutir vida na ausência desse tecido?" Fabio L.B. Martinelli, médico (São Paulo, SP)  "Foi lamentável a decisão do STF de derrubar a liminar que permitia o aborto nos casos de anencefalia. Lamentável também foi a demonstração de vaidade nos argumentos do ministro Joaquim Barbosa ao contestar a posição corajosa do ministro Marco Aurélio Mello. Desse episódio todo louva-se a lucidez do editorial da Folha de 22/10 ("Decisão difícil'), que diz que "sábio seria transferir a decisão do aborto para os pais". Há algo mais simples e mais lógico?" Maria da Paz Cintra (Brasília, DF) Herzog "Comoventemente lúcido o artigo "Recaídas autoritárias", de Paulo Sérgio Pinheiro ("Tendências/Debates", 21/10). A declaração do Centro de Comunicação do Exército, legitimando a força bruta do regime militar, não poderá ser efetivamente deletada senão pela punição dos responsáveis. Essa é a única maneira de respeitar a memória de quem, como Vlado, foi martirizado. E também de fazer jus à democracia e ao Estado de Direito que o país construiu com tanto sacrifício e que, no governo Lula, certamente se encaminha para a sua plena realização." Consuelo de Castro, dramaturga e publicitária (Brasília, DF) Eleição "O instituto do segundo turno nas eleições precisa ser repensado. Foi um artifício inventado pelas elites para dificultar a chegada do PT ao poder. Isso não tem mais sentido. O país está paralisado pelo excesso de eleições. O Congresso não trabalha já há alguns meses. Todos só pensam nas eleições. Para escolher o presidente faz sentido, mas qual é a utilidade do segundo turno para as prefeituras? Há muito gasto, conchavos e acertos que em nada contribuem para o crescimento da nação. Pelo contrário. O vazio dos programas eleitorais demonstra isso." Celso de B. Camargo (Florianópolis, SC) Duda e os galos "Após ser liberado da prisão em que esteve por seu crime ambiental, o senhor Duda Mendonça continuará a ser figura proeminente na alta hierarquia de comunicação do PT? Depois do "beijo da morte" representado pelo apoio de Maluf à candidatura de Marta Suplicy, o que mais se pode esperar do PT?" Márcia Capovilla (Rio de Janeiro, RJ)
"A prisão de Duda Mendonça foi uma das melhores notícias que li no jornal nos últimos meses. Só uma mente doentia pode se "divertir" com a cena degradante de duas aves se dilacerando. O presidente da República e a prefeita de São Paulo manterão seus contratos com um homem que ostensivamente desrespeita as leis do país?" Sílvia Luiza Lakatos (São Paulo, SP) Automóvel do futuro "Está aberto o Salão do Automóvel. Será que vou encontrar lá um veículo que instrua o motorista a respeitar a velocidade máxima das vias? Será que há ali um veículo de um tamanho adequado, não abusivo, que irá se somar aos milhões que ocupam as ruas? Será que se encontra no salão um carro que lembre o motorista de que ele deve respeitar os semáforos e as faixas de pedestre, ainda que elas estejam bem apagadas no asfalto? Será que encontrarei lá um carro humilde, sem arrogância, que não faça o motorista se julgar o centro do universo? Em caso negativo, o Salão do Automóvel não me interessa." Eduardo Britto (São Paulo, SP) Baixada fluminense "O Movimento Baixada Livre parabeniza a Folha pelo texto "Área nobre do Rio tem mais policiamento", de Mário Hugo Monken (Cotidiano, 17/10). A reportagem teve o mérito de trazer a lume uma realidade que os moradores da Baixada Fluminense conhecem muito bem, mas que é ignorada pelas elites cariocas. Foi para lutar contra essa e outras discriminações que surgiu o Movimento Baixada Livre. Para ter uma idéia do potencial da Baixada Fluminense, basta ver que só Duque de Caxias é a oitava arrecadação de ICMS do país e a terceira arrecadação de IPVA do Estado do Rio. São riquezas que vão para o Estado sem que haja o retorno satisfatório em prestação de serviços para a nossa população." Kátia Galvão , presidente do Movimento Baixada Livre (Duque de Caxias, RJ) Recursos naturais "O ser humano gasta mais recursos naturais do que a Terra pode repor, informou reportagem publicada no caderno Ciência na sexta-feira, 22/10. E triste é saber que, se todos os habitantes do planeta tivessem o padrão de consumo médio dos americanos, seriam necessários atualmente três planetas Terra. A utopia de um mundo melhor para todos não é um sonho, mas somente uma impossibilidade." Aurélio Nunez Rolan (São Paulo, SP) Salas de cinema "Gostaria de esclarecer um equívoco contido no texto "BNDES lança crédito para novos cinemas" (Brasil, 22/10). A linha de financiamento para a construção de salas de cinema no Brasil é iniciativa do governo federal e sua aprovação depende apenas de negociações e acertos entre o Ministério da Cultura e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Logo é incorreto afirmar, como fez a reportagem, que "a linha de crédito foi aprovada pelo comitê da sociedade civil do Conselho Nacional de Cinema", que analisa e vota, neste momento, o anteprojeto que prevê a criação da Agência Nacional de Cinema e do Audiovisual (Ancinav). O comitê não discutiu nem votou essa questão porque não lhe diz respeito." Déa Barbosa, assessora de imprensa da Secretaria Nacional do Audiovisual do Ministério da Cultura (Brasília, DF) Resposta da jornalista Ana Flor - A informação de que o assunto foi discutido na reunião do conselho foi dada durante entrevista pelo secretário-executivo do Ministério da Cultura, Juca Ferreira, na última quinta-feira (21/10). Embora não tenha ocorrido votação do tema, a proposta recebeu o apoio do conselho e foi ratificada por ele. Reforma "A Fundação Ricardo Franco nunca emitiu nenhuma nota para a imprensa sobre a restauração do Palácio da Alvorada. Dessa forma, estranhamos a menção do nome da fundação no texto "Burocracia impede restauração do Alvorada" (Brasil, 21/10). Aproveitamos para informar que cópia deste esclarecimento foi enviada à Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República." Roberto Aiex, secretário-geral da Fundação Ricardo Franco (Rio de Janeiro, RJ) Resposta dos jornalistas Eduardo Scolese e Julia Duailibi - A Fundação Ricardo Franco divulgou nota por meio de sua assessoria de comunicação, baseada no Instituto Militar de Engenharia -ao qual a fundação é subordinada. Texto Anterior: Claudio Lottenberg: A alta complexidade da saúde no Brasil Próximo Texto: Erramos Índice |
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