São Paulo, terça-feira, 24 de dezembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Papel da agricultura
"A leitura da coluna do empresário Antônio Ermírio de Moraes ("Um exemplo para quem acredita no Brasil", Opinião, pág. A2, 22/12) foi uma das mais agradáveis surpresas dos últimos tempos. Temos afirmado que a sociedade brasileira despertou e vem reconhecendo a notável importância da agropecuária nacional. Todo o setor está empenhado em consolidar-se como a principal fonte de resultados positivos para a economia nacional, abrindo novos e vigorosos caminhos para a incorporação definitiva do agronegócio como fonte de divisas econômicas, financeiras e sociais. Precisamos estar atentos às necessidades do produtor e do empresário rural que, mesmo sem contar com o cenário perfeito, alavanca a economia, produzindo seus US$ 21 bilhões de superávit. É preciso garantir a rentabilidade, ainda frágil, do agricultor, a fim de estimulá-lo a continuar a contribuir para a construção desta grande nação. Do novo governo, esperamos que se estabeleça de forma efetiva uma política de safra que ampare todos os recursos envolvidos na produção."
Fabio de Salles Meirelles, presidente em exercício da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil e da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Raça e discriminação
"Após atenta leitura da seção "Tendências/Debates" ("Os múltiplos significados da palavra raça", pág. A3, 21/12), podemos concluir apenas que o tema é altamente complexo, e que estamos ainda na pré-história da sua resolução. Coincidentemente, apenas algumas horas antes dessa leitura, estivera eu na solenidade de colação de grau da turma de 2002 da Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP). Câmara maior da gênese intelectual brasileira, diplomava 350 bacharéis. Entre eles, nenhum negro. Ironia: homenageado com justiça, por certo, tinha assento à mesa de honra um negro -um funcionário regular, estranho ao corpo docente."
José Aparecido de Moura (São José dos Campos, SP)

Tecnologia x crime
O desempenho do dirigível da Secretaria da Segurança Pública do Rio nos mostra que vale a pena investir mais recursos nos meios eletrônicos de combate ao crime. Dirigíveis, câmeras que monitoram os principais logradouros públicos e pequenos aparelhos de vídeo que, colocados no lado externo dos veículos particulares, transmitem a imagem de tudo o que ocorre em sua volta, são exemplos que bem ilustram a eficácia de tais meios."
João J. Cury (Belo Horizonte, MG)

PT e PMDB
"O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está absolutamente certo em não ceder às exigências do PMDB por cargos em seu governo. A insistência de José Dirceu com os peemedebistas só tem algum sentido se considerarmos que o PMDB tem um grande número de parlamentares, o que, teoricamente, facilitaria a aprovação de projetos -mas apenas teoricamente. O PMDB já mostra que, para ele, o que vale é o ditado "se lhe der os pés, quer as mãos"."
José Rocha de Sousa (Barueri, SP)

Impostos para governar
"Como é fácil governar São Paulo, não é mesmo? A senhora Marta Suplicy descobriu a fórmula. Dinheiro. Veja como é fácil: Problemas com o lixo? Taxa de lixo. Problemas com o trânsito? Selo verde. Problemas com iluminação pública? Taxa de luz. Falta dinheiro em caixa? Ora, basta aumentar o IPTU. Assim, até eu. Será que essa é a competência do PT? Qualquer um administra uma cidade assim. Esperamos que o presidente eleito não siga essa cartilha."
Julio Gouveia (São Paulo, SP)

Relações petistas
"Causou-me estranheza o artigo em que Fernando Rodrigues procura desmoralizar o deputado José Dirceu por conta do recuo do PT na negociação com o PMDB (Opinião, pág. A2, 21/12). A começar pelo título -"A fraqueza do homem forte'-, o jornalista deixa de lado o seu habitual estilo elegante e parte para um texto rebuscado e agressivo, onde, a partir de ilações pessoais, tenta intrigar José Dirceu e Lula, colocando em dúvida a relação de lealdade e confiança entre ambos -o que ao meu ver é um deslize ético inaceitável para um jornal com a história da Folha."
Consuelo de Castro, dramaturga (São Paulo, SP)

Trânsito no acostamento
"Quando eu li a notícia de que seria liberado [para tráfego] o acostamento da rodovia Tamoios (SP-99) achei um absurdo, mas imaginei que alguma autoridade não permitiria essa irresponsabilidade. Pelo visto, o único a se manifestar foi o prefeito de Paraibuna. Parece que trafegar pelo acostamento deixou de ser uma infração de trânsito. Se a moda pega, logo vão começar usar as calçadas para acabar com os congestionamentos. Em vez de melhorar as estradas construindo novas pistas, fazendo manutenção e melhorando a segurança, o governo paulista resolveu fazer esse serviço irresponsável."
José Maria Gomes Guimarães (Peruíbe, SP)

Fé e turismo
"A reportagem de Maércio Santamarina ("Igreja vai oficializar um "Caminho de Santiago" no país", Cotidiano, pág. C1, 22/12) deve ser lida e divulgada por todos os estudiosos do turismo no Brasil. Além do valor jornalístico indiscutível, seu conteúdo prima na ênfase às potencialidades de desenvolvimento local e regional por intermédio do turismo religioso. É preciso lembrar que, apesar da rica espiritualidade e da intensa migração do povo brasileiro, o aproveitamento dos roteiros sagrados para empreendimentos, no Brasil, é praticamente nulo. Assim como na Europa, muitos "Caminhos de Santiago" podem ser consolidados em torno dos diversos centros de peregrinação no território brasileiro, valorizando seus pólos emissores."
Christian Dennys Monteiro de Oliveira (São Paulo, SP)

Salários e necessidades
"Li com indignação que o senhor Gilberto Gil, futuro ministro da Cultura, teria dito ser pouco o salário de R$ 8.000,00 por mês para ele ocupar a referida pasta, pois isso não daria para ele manter seu padrão de vida. E o que resta para a classe trabalhadora que vive com um mínimo de R$ 200,00 e até menos que isso? Acho que o senhor Gil não deveria mesmo aceitar o cargo. Com certeza irá passar necessidades."
Gladston Cardoso (Uberlândia, MG)

Qualidade musical
"Parece que o projeto de numeração de CDs praticamente idealizado pelo cantor Lobão será concretizado. Idéia boa essa? Ótima, mas não seria a hora de outros artistas lutarem pela qualidade musical, evitando que armações como Bruno e Marrone ou KLB sejam fabricadas pelas gravadoras ou mesmo que burocratas da música como Marisa Monte e Pedro Luís lancem aqueles malditos discos conceituais? Não! Aí seria pedir demais. Nem se aparecessem mil Lobões isso seria possível, já que aqui nesta terra, em se tratando da indústria fonográfica, o dinheiro é que move montanhas mesmo."
Mateus Beleza Rocha (Belo Horizonte, MG)

Boas-festas
A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: José Marques de Melo, Faculdade de Comunicação Social do UniFiam-Faam (São Paulo, SP); Emerson Kapaz (São Paulo); Grupo Bandeirantes de Comunicação (São Paulo, SP); Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados (São Paulo, SP); Telesp Celular (São Paulo, SP); Parmalat Brasil S.A. Indústria de Alimentos (São Paulo, SP); Cheryl Readman e Monica Haitz, Departamento Nacional de Turismo Britânico (Rio de Janeiro, RJ); Danielle Petra, British Council (Rio de Janeiro, RJ); Roland de Bonadona, Accor Hotels (São Paulo, SP).


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