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CRÉDITO RESTRITO
O volume das operações de
crédito do sistema financeiro
brasileiro alcançou R$ 404,9 bilhões
em novembro, representando 25,6%
do Produto Interno Bruto segundo o
Banco Central. Em 1994, a fatia era de
37% do PIB. Os empréstimos concedidos pelos bancos privados totalizaram R$ 239,9 bilhões, com uma expansão de 2,5% no ano. Já os financiamentos dos bancos públicos atingiram R$ 165 bilhões, o que representou aumento de 14,3% no ano.
Como se pode observar, os bancos
privados mostraram maior resistência na ampliação da oferta de crédito
do que as instituições públicas, entre
as quais se destaca o BNDES.
Note-se que desde junho o BC reduziu a taxa de juro básica (Selic) em
dez pontos percentuais, o que provocou redução das taxas cobradas pelos bancos, mas de forma aquém da
desejada. Em novembro, os juros
médios cobrados nos empréstimos
para as empresas eram de 32,3% ao
ano e, para as pessoas físicas, de
68,2%. Registrou-se também em novembro, pelo terceiro mês consecutivo, uma queda na inadimplência
-que ficou em 8,4%, com ênfase
nas carteiras de pessoas físicas. A antecipação do 13º salário parece ter
ajudado na quitação de dívidas e nas
compras a crédito de veículos e de
bens de consumo.
A despeito, porém, da queda da taxa de juros básica e da inadimplência, os "spreads" bancários (a diferença entre o custo de captação e o de
empréstimo dos bancos) permaneceram praticamente imutáveis: em
torno de 14,4 pontos percentuais ao
ano para crédito às empresas e 54
pontos para crédito às pessoas físicas. Em novembro, a taxa Selic recuou 1,5 ponto percentual, mas o
"spread" médio ficou estável, tendo
passado de 30,5 pontos percentuais
em outubro para 30,4 pontos.
Esses dados evidenciam que os
bancos procuram manter as altas
margens nas operações de crédito.
Os elevados "spreads" são uma distorção persistente no Brasil, que desfavorece a recuperação do consumo,
da produção e do emprego, devendo
merecer maior atenção das autoridades econômicas.
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