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Ascensão pelo trabalho
DESDE OUTUBRO de 2002,
cerca de 20 milhões de
brasileiros com mais de 16
anos ascenderam das classes D e
E para a C. Entre outubro de
2002 e junho de 2006, 6 milhões
de pessoas fizeram essa transição. Nos últimos 17 meses (de julho de 2006 a novembro passado), a travessia envolveu cerca de
14 milhões de brasileiros.
Os resultados auspiciosos foram captados pelo Datafolha. O
critério de classificação utilizado
retrata o perfil de consumo das
famílias -não reflete necessariamente uma melhora no nível de
renda. Os valores são obtidos por
uma pontuação atribuída de
acordo com a qualidade e a quantidade de bens na residência dos
entrevistados.
Os dados indicam que o processo de transição da classe D/E
para a C foi impulsionado, num
primeiro momento, pela expansão dos programas sociais e da
renda oriunda da Previdência.
Na fase recente, contudo, a recuperação do mercado de trabalho
e a do crédito foram os elementos que empurraram mais brasileiros para situação de maior
conforto. Apenas uma crise externa será capaz de tirar a economia desse trilho no curto prazo.
Está demonstrada a eficácia
das políticas de crescimento.
Programas assistenciais desempenharam papel importante, ao
assegurar um mínimo de poder
de compra às classes mais vulneráveis durante os anos de instabilidade econômica. Mas apenas
a expansão da produção e do emprego pode sustentar a ascensão
social ao longo do tempo.
O combate à desigualdade social poderia enfatizar agora a calibragem da carga tributária e
dos investimentos estatais. O objetivo deveria ser, de um lado, desonerar os mais pobres e, do outro, favorecer projetos que empreguem maciçamente e produzam bem-estar para as faixas de
menor poder aquisitivo.
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