|
Próximo Texto | Índice
RUMO AOS 450 ANOS
A cidade de São Paulo adentra
hoje o seu 450º ano de existência. Esse número tem ensejado iniciativas voltadas ao resgate de marcos urbanos que decaíram com o
tempo. Trata-se de um movimento
que se inspira em eventos ocorridos
há meio século, quando uma grande
mobilização política e cultural preparou a cidade para a comemoração
de seu quarto centenário.
A revalorização do centro da cidade
é um desses movimentos. O fenômeno, que vem de tempos, agora progride a olhos vistos a fim de transformar o núcleo urbano da paulicéia
num local mais atrativo, do ponto de
vista cultural, administrativo e, também, habitacional.
O grande desafio da "civilização
paulistana", porém, está fora do centro da cidade. Os bairros centrais de
São Paulo, exceto pela violência, formam uma região verdadeiramente
urbanizada, com serviços de qualidade compatível com os encontrados em qualquer metrópole do Primeiro Mundo. São, porém, uma diminuta porção de terra cercada por um imenso território periférico em
que predominam as baixas condições de vida.
Ampliar o acesso dessa fatia majoritária da população aos serviços públicos (segurança, educação, saúde,
transporte, iluminação regularização de propriedade, acesso à Justiça
etc.) é o obstáculo que os cidadãos
paulistanos e a sua elite política até
hoje não conseguiram superar.
Os instrumentos de intervenção do
poder público para atacar a exclusão
urbana foram aperfeiçoados. Em
meados de 2001, foi aprovado no
Congresso Nacional o Estatuto da
Cidade. No ano seguinte, a Câmara
Municipal de São Paulo finalmente
conseguiu aprovar o Plano Diretor.
As duas legislações facilitam a consecução de políticas que se destinem
a acelerar o resgate da cidadania da
maioria dos paulistanos. A ninguém
interessa a permanência do urbanismo excludente de São Paulo, um dos
mais eficientes mecanismos de reprodução da violência.
Próximo Texto: Editoriais: O PT "MOBILIZA" O IBGE Índice
|