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FONTES DE FINANCIAMENTO
A abundante liquidez internacional, associada a um superávit comercial recorde, facilitou no
ano passado o acesso de empresas e
bancos brasileiros aos mercados externos de capitais. O montante de recursos captados no exterior subiu de
US$ 9,3 bilhões para US$ 23,7 bilhões, representando um aumento
de 156% em relação a 2002, de acordo com a Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento).
As melhores condições de prazos e
taxas de juros no mercado internacional em relação aos praticados no
mercado doméstico ajudam a compreender essa retomada das captações externas, cujo dano colateral é a
ampliação do endividamento em
moeda estrangeira, o que recoloca o
risco de desequilíbrio patrimonial
em caso de variações cambiais.
Um processo de retomada do crescimento econômico irá provocar a
necessidade de as empresas obterem
recursos para a expansão da capacidade produtiva. Recoloca-se, portanto, a relevância do aprofundamento
do mercado de capitais doméstico.
Nesse sentido, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) acaba de reformular as regras para a oferta pública de ações e títulos e espera estimular o lançamento de produtos, sobretudo para aquelas empresas com
baixa proteção contra as oscilações
cambiais e com dificuldades de captação no mercado externo.
Os fundos de recebíveis, regulamentados no final de 2001, nos quais
as empresas cedem receitas futuras
em troca de recursos de longo prazo,
captaram R$ 2,3 bilhões em 2003,
numa performance auspiciosa.
A Bovespa também pretende lançar
um projeto para estimular programas de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de trabalhadores,
com uso de ações, fundos e clubes de
investimentos. A aplicação da PLR
em fundos de ações pode facilitar o
processo de popularização do mercado de capitais -oportunidade histórica que foi perdida por ocasião das
privatizações da década de 90.
São iniciativas alvissareiras que
merecem ser valorizadas. As empresas do país necessitam de mais fontes de financiamento de longo prazo
em moeda local, não podendo ficar,
quanto a isso, dependendo única e
exclusivamente do BNDES.
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