|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
A grande São Paulo e o bom amigo
Nasci e fui criado em São Paulo.
Aqui estudei, aqui construí minha família, aqui fiz os meus amigos,
aqui comecei a trabalhar, aqui trabalho até hoje, aos 75 anos, tempo suficiente para ter me apaixonado pela cidade e por todos que me cercam.
Volta e meia protesto contra as mazelas da cidade. Puro amor. Dói-me
pensar que São Paulo possa enfear.
Quero vê-la sempre bela, como a tive
na juventude, no convívio com gente
voltada para o cultivo da cidade.
Que bom festejar os 450 anos de São
Paulo. Melhor ainda é estar cercado
por uma família que se ampliou com
tantos jovens, queridos e amantes de
São Paulo, e por uma roda de amigos
que se decantou para chegar ao âmago
das pessoas de sinceridade profunda e
de amor fraternal.
Que bom estar no meio de paulistas
frenéticos, cujo isolamento e desprezo
governamental nos idos tempos da
colônia os fizeram buscar, por si mesmos, as soluções para os seus problemas e, mais tarde, para os problemas
do Brasil. São Paulo trabalha e dá trabalho para irmãos de todas as partes
que aqui se irmanaram para construir
um Estado que responde por 42% da
produção industrial do país; por 41%
das comunicações; por 26% da agropecuária -enfim, é a famosa locomotiva.
Que bom que a história fez São Paulo virar sinônimo de trabalho. Nós
-paulistanos, paulistas e brasileiros- nos orgulhamos da força criadora desta cidade e deste Estado, de
suas universidades, de seus institutos
de pesquisa, de seus professores, de
seus médicos, engenheiros, advogados, técnicos e trabalhadores em geral
e, sobretudo, de seus artistas e poetas.
Que bom ter amigos em todas as
áreas. Eu os tenho. Sou um felizardo.
Deles recebo o estímulo para trabalhar com gosto e para lutar pelo bem
de nossa gente.
Que bom ter cultivado desde a infância um amigo que se tornou o poeta símbolo de São Paulo: Paulo Bomfim, ícone da cidade no seu quarto
centenário e trovador incansável das
glórias de São Paulo. Um paulistano
que, da poesia, adentrou o ofício da filosofia e dos que ajudam a preservar a
ética e a moral da nossa juventude.
Que bom guardar de Paulo Bomfim
suas lições de amor e de orientação.
Que bom poder passar aos meus leitores um pouco da sua alma pura:
"Ai daqueles que brincam com a esperança de um povo!
Ai daqueles que fazem da mentira a
verdade de suas vidas! Ai daqueles que
fabricam com a violência a trama do
medo! Ai daqueles que roubam ao
próximo a alegria de existir! Ai daqueles que se fazem de fracos no instante
da tempestade!"
"Emérita cidade de São Paulo,
Mãe branca, mãe indígena,
mãe preta,
Velai por nós!"
Parabéns, São Paulo!
Antônio Ermírio de Moraes escreve aos domingos nesta coluna.
Texto Anterior: Rio de Janeiro - Marcelo Beraba: O PT e a eleição no Rio Próximo Texto: Frases
Índice
|