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MARCELO BERABA
O PT e a eleição no Rio
RIO DE JANEIRO - A saída de Benedita da Silva do ministério Lula é bom
ou ruim para as pretensões do PT do
Rio nas eleições municipais?
A permanência dela no ministério
era um problema para o governo, seja pelas deficiências gerenciais, seja
por episódios como o da viagem a
Buenos Aires. Sua saída, portanto,
extingue uma fonte de desgaste e permite ao governo se recompor para
apresentar resultados na área social
que poderão beneficiar todos os candidatos a prefeito do partido.
Mas, para os eleitores do Rio, a repercussão imediata deve ser outra,
bem desfavorável ao PT. Não exatamente pela saída de Benedita, mas
pela exclusão do único político petista do Rio no ministério.
Das duas, uma: ou o governo Lula
não tem interesse em que o PT carioca tenha representação no primeiro
escalão da administração federal ou
esse PT não tem o que oferecer. Nas
duas hipóteses, fica claro que a legenda no Rio não tem importância para
o projeto nacional do partido.
O PT está colhendo o que plantou
nos últimos dez anos. A saída de Benedita enfraquece ainda mais os dois
únicos nomes que restaram ao partido na cidade depois de várias intervenções e ações desmobilizadoras: a
própria ex-ministra e Jorge Bittar, o
candidato a prefeito.
A falta de interesse ou de preocupação do PT nacional com o PT carioca
pode ser uma indicação de que já não
tem nenhuma ilusão em relação às
suas chances eleitorais.
Se a votação fosse hoje, o prefeito
Cesar Maia provavelmente seria reeleito no primeiro turno e, de acordo
com os dados do Datafolha, com um
apoio decisivo dos que consideram o
governo Lula bom ou ótimo.
O marqueteiro Nizan Guanaes, já
contratado para a campanha de Bittar, terá de operar milagres. Seus problemas, que já eram muitos, agora
estão agravados com mais essas provas de desprestígio do partido no Rio.
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