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MICROS SEM USO
As esperanças depositadas na
ciência e na tecnologia são freqüentemente frustradas. Para cada
inovação tida por genial, parecem
surgir efeitos inesperados que às vezes anulam os benefícios. A informática não tem sido exceção.
No meio empresarial, causa grande celeuma a hipótese de que as novas tecnologias de informação e comunicação (ou "TICs") seriam inúteis como instrumento de competitividade. Discute-se o "paradoxo de
Solow": investimentos nos EUA em
automação e informatização não teriam produzido os ganhos esperados de produtividade.
Os céticos ganharam novos argumentos com a publicação pela OCDE (Organização para a Cooperação
e o Desenvolvimento Econômico) de
um estudo que identifica "desapontamento" com o uso das TICs nas escolas do ensino médio, apesar de
fortes investimentos realizados ao
longo dos últimos 20 anos nos países mais avançados.
A partir de dados coletados em 14
países, foram identificadas algumas
das barreiras que tornam ineficaz a
informatização escolar. Menos de
20% dos alunos freqüentam escolas
com equipamento suficiente para a
adoção de novos métodos.
Há, neste cenário, apenas três exceções: Dinamarca, Suécia e Coréia do
Sul, países onde mais de 60% dos
professores efetivamente utilizam as
novas tecnologias para introduzir
novas práticas pedagógicas. Há também uma significativa carência de
professores preparados para ensinar
outros professores e alunos a usar a
informática, segundo a OCDE.
Se o problema é sério nos países ricos, a frustração talvez seja ainda
maior nos países em desenvolvimento, onde ainda não há pesquisas significativas sobre o impacto das novas
tecnologias nas salas de aula ou sobre a educação à distância.
Frente à expansão do uso da informática em todas as áreas da economia, o descompasso no mundo escolar poderá criar ainda mais frustração e desemprego no futuro.
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