São Paulo, quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Ato nacional
"Na minha opinião, e creio que na de milhões de brasileiros, o PT deveria fazer no próximo dia 3 um ato nacional de apoio ao desempregado e de combate ao desemprego e aos demais problemas sociais do país. Os desempregados são, com certeza, muito mais importantes que os integrantes do governo, que já estão ganhando os seus milhares de reais -que os próprios desempregados ajudam a pagar."
Roberto de Souza (São Paulo, SP)

 

"Essa notícia de que o PT pretende fazer um ato de desagravo a José Dirceu ("PT fará ato nacional em desagravo a Dirceu", Brasil, 24/2) revoltou-me. Quem deve ser alvo de um desagravo é toda a população brasileira, que foi enganada e iludida por farsantes, que chegaram ao poder enganando-a descaradamente."
Leônio Souto Ribeiro (Recife, PE)

 

"Se a cada provável falcatrua ou falta de honestidade de elementos do governo for criada a "rotina do desagravo", qual será a função do Poder Judiciário se os acusados já foram absolvidos pelos amigos do réu?"
Claudio Buchholz (Artur Nogueira, SP)

Bingo
"O Executivo editou medida provisória que proíbe o funcionamento dos bingos. O Judiciário mandou que alguns fossem reabertos. Com a palavra, o ministro Maurício Corrêa, tão falador, principalmente em horas erradas. A tese do desemprego não vale, pois o tráfico de drogas emprega muito mais."
Leila Maria da Silva Jardin (Petrópolis, RJ)

 

"Quando morei na Suécia, primeiro foram os caça-níqueis -a população apelidou-os de "braço de bandido". Os aposentados ficavam sem sua aposentadoria, que era comida pelos caça-níqueis. O governo era obrigado a subvencionar os viciados nos jogos. Solução: proibiram-se os caça-níqueis. Então nasceram os bingos. O governo sueco permitiu, mas os prêmios não podem ser em dinheiro, automóveis etc. Agora, quem joga nos bingos suecos ganha quilos de café, pequenos eletrodomésticos, passagens turísticas etc. Enfim, pequenos prêmios. Por que este governo não adota a mesma solução? Temos de acabar com a leniência entre os jogos de azar e os políticos, pois sobra pouco para cobrir os prêmios, já que os donos de bingos têm de pagar advogados, segurança, policiais, juízes e a "caixinha dos políticos"."
Marco Meyer (Belo Horizonte, MG)

Justiça
"Na coluna "Painel" de 11/2, havia dois registros que repassavam temas dolorosos que degradam a minha honra. O texto reclama da morosidade na solução de um processo que envolve o meu nome. É necessário o resguardo da verdade. O meu nome foi indevidamente mencionado no relatório de uma investigação realizada em Goiás pela Polícia Federal. O agente policial, agindo de modo irresponsável, fez uma análise subjetiva e equivocada de gravações telefônicas. Em nenhum momento meu nome foi mencionado nas gravações realizadas na chamada Operação Diamante, cujos relatórios foram "vazados" para a imprensa no final de 2002. Em pouco mais de um ano, vi meu nome e minha reputação de 43 anos de vida pública expostos pela mídia, misturados aos de bandidos e lobistas que nunca vi e com quem jamais me relacionei. As inverídicas acusações contra mim, decorrentes de absurda análise policial, são objeto de investigação pelo Poder Judiciário. Espero que logo seja feita justiça, declarando-se a minha inocência e o terrível engano cometido."
Vicente Leal, ministro do Superior Tribunal de Justiça (Brasília, DF)

Juros
"Até quando será que o Banco Central permanecerá dormindo? As manchetes dos principais jornais do país registram o fabuloso lucro dos bancos e mostram que as tarifas, mais uma vez, subiram mais que a inflação. E o nosso Banco Central, passivamente, permite essa roubalheira geral. Dizia-se que a "livre concorrência" iria regular o setor. Como se nós, pequenos e sofredores clientes, tivéssemos força para lutar contra inimigos tão poderosos. De que adianta ficar mudando de banco todos os meses, à procura de tarifa menores, se todos roubam escancaradamente, sem nenhum pudor? A notícia de que nós pagamos o segundo maior juro do mundo ("Brasileiros pagam 2º maior juro do mundo", Primeira Página, 23/2) não será suficiente para a adoção de alguma medida pelo Banco Central? E há banco, um dos maiores do país, que tem o despudor de enviar carta a seus correntistas dizendo que foi obrigado a corrigir as tarifas devido à inflação."
Osvaldo Pereira de Paiva (Uberlândia, MG)

 

"É realmente motivo de muito orgulho ver que pelo menos nossos juros são menores, vejam só, do que os de Angola. O problema é se a nossa equipe econômica e o Comitê de Política Monetária (Copom) se acharem inferiorizados e resolverem ser os primeiros. Lamentável é ler a opinião do economista-chefe da Febraban. Além da mediocridade de sempre, esse senhor nunca fala sobre os enormes lucros, que nunca diminuem, e sobre a parasitagem que os bancos exercem aqui no Brasil. Em tempo. Se uma das questões é a baixa concorrência entre os bancos, porque os estatais não baixam os seus enormes juros? Enfim, vivemos sob um cartel nefasto e estamos impotentes."
Reinaldo Cardoso da Silva (Cerquilho, SP)

Jogo de cena
"Comentando frase colocada pelo professor Pinotti em seu artigo de ontem ("Where's the beef?", "Tendências/Debates", pág. A3) -"o perigo de dar cargos a incompetentes é que eles se ocupam das questões marginais, para mostrar que fazem alguma coisa, e não da essência, para cuja solução são incompetentes'-, pergunto: como evitar isso num processo democrático, baseado em eleições, mas no qual os candidatos não são obrigados a cumprir a plataforma com a qual se elegeram e tudo se passa como um simples joguinho de cena em que o maior mentiroso sai vencedor? E, para piorar, como evitar isso quando a sociedade nem sequer percebe que esse é o ponto central e deve ser mudado? Quem é o maior incompetente? O sempre presente salvador da pátria de plantão ou a própria sociedade, que não sabe tampouco quer saber como melhorar a sua administração política?"
Luiz Ribeiro Cordioli (São Carlos, SP)

Curioso país
"Curioso, o nosso país. Por um lado, a população, a mídia e o poder público exigem rigor nas investigações sobre o envolvimento de um alto funcionário do governo com um bicheiro. Por outro lado, a população, a mídia e o poder público conhecem há anos a ligação dos bicheiros com escolas de samba e... nada, só aplausos na avenida."
Fabiana Tambellini (São Paulo, SP)

 

"O que assusta é que os protagonistas do reinado Lula são idênticos aos súditos de FHC e falam da mesma maneira, como se fossem o oráculo de Delfos, como se fossem os depositários da verdade, os únicos conhecedores da salvação eterna e da felicidade perene. São pernósticos, prepotentes, pretensiosos e, infelizmente, tristemente perniciosos."
Roberto Sidney Varrone (Paraguaçu Paulista, SP)

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