São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2003 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES A Caixa e o novo governo
JORGE MATTOSO
Há poucos dias, o Ministério das Cidades e a Caixa anunciaram as primeiras medidas na área habitacional destinadas à valorização da população de mais baixa renda, faixa em que concentra-se 84% do déficit habitacional. Do total de moradias a serem financiadas este ano, 67% serão para famílias com até cinco salários mínimos de renda. Na questão do saneamento básico, a Caixa tem colaborado com o Ministério das Cidades. Por um lado, está elaborando um novo modelo de relacionamento com municípios e Estados, visando facilitar a sua ação como tomadores de empréstimos e executores dos projetos, sem que se comprometam garantias e o retorno dos investimentos. Por outro lado, temos atuado também para buscar a flexibilização de algumas das normas que têm dificultado àqueles entes federativos tomar empréstimos. Com outros ministérios, como o da Educação, Trabalho, Saúde, Esportes, Assistência Social, Transporte e Cultura, a Caixa tem ampliado suas ações como operadora de programas e/ou repassadora de recursos. Desde o início do Fome Zero, a Caixa tem colaborado ativamente na arrecadação de doações em dinheiro, através de conta criada para esse fim, na arrecadação de víveres e na divulgação do programa e de suas ações através de suas agências, na distribuição de recursos para as famílias, através do cartão-alimentação, na criação de um Fundo de Investimento (FIF Fome Zero) e de uma nova loteria, que geram recursos para o programa. Também como parte do Fome Zero, e em colaboração com a Febraban, a Caixa participa da construção de cisternas no semi-árido nordestino. Essas ações, na execução de políticas de crédito e sociais e na interação com outros órgãos dos governos municipais, estaduais e Federal, fazem parte da cultura da Caixa, do seu comprometimento público. Como o presidente Lula falou no lançamento da Conferência Nacional das Cidades, estamos dando os primeiros passos, plantando a árvore e adubando a terra para, depois, colher os frutos. As características incomuns que fazem da Caixa uma instituição com alta credibilidade e a responsabilidade outorgada pelo presidente da República e pelo ministro da Fazenda orientam-nos na tarefa de resgatar a vocação da Caixa Econômica Federal enquanto banco social do povo brasileiro. Com seus 142 anos de história e notáveis contribuições para o país, a Caixa está a postos para assumir os desafios postos pela sociedade. Jorge Eduardo Levi Mattoso, 53, professor licenciado do Instituto de Economia da Unicamp, é presidente da Caixa Econômica Federal. Foi secretário de Relações Internacionais do Município de São Paulo (gestão Marta Suplicy). Texto Anterior: Frases Próximo Texto: José Maria de Almeida: Reforma da Previdência do FMI, não Índice |
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