São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 2005 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES O fracasso prenunciado do PT
ANTONIO CARLOS MAGALHÃES
O fato de pertencer aos seus quadros não me torna suspeito para afirmar que o PFL é, hoje, seguramente, a agremiação partidária brasileira que melhor está se capacitando para, no momento oportuno, com candidato próprio ou ao lado de agremiações aliadas, assumir o poder para repor as imensas perdas que o país vem acumulando ao longo do governo petista, sobretudo na área social, cujo déficit cada vez nos preocupa mais, e corrigir os rumos de uma economia que se distanciou por completo do social. Eu entendo, e é assim que o meu partido entende, que uma economia não se avalia a partir de sua capacidade de captação de recursos para o pagamento prioritário de dívidas externas. Os compromissos com o FMI e outros organismos internacionais devem ser honrados, sem que se esqueçam, porém, os milhares de brasileiros, inclusive crianças, que morrem diariamente de desnutrição, país afora. Nosso grande desafio de momento é levar o nosso programa alternativo de crescimento uniforme do Brasil às mais diversas camadas da população, enfrentando a máquina publicitária de um governo que se sustenta nela -daí já não se constranger, sequer, ao subtrair, compulsoriamente, de servidores comissionados cotas mensais de "colaboração" para suas farras promocionais. À propaganda enganosa do PT, porém, o PFL contrapõe seu compromisso icástico com o social, que o governo Lula inexplicavelmente abandonou. E o faz como partido que vem fortalecendo também sua unidade interna, para atender aos vários segmentos que o compõem. O PFL é hoje uma agremiação que trabalha para evitar as rupturas em alguns de seus setores, sobretudo aqueles que, ao longo de sua história, sempre demostraram força eleitoral. A conseqüência disso é um partido de decisões cada vez mais descentralizadas e, por isso mesmo, mais afinadas com os anseios da coletividade, como convém, aliás, aos partidos democráticos, e apto a preencher o imenso vazio que o PT está deixando em sua fracassada tentativa de governar o Brasil. Por fim, sempre é bom lembrar que o PFL não está só. Como ele, outros partidos políticos hoje militam na oposição com a responsabilidade dos que já governaram e, por essa razão, sabem a complexidade que envolve exercer o poder. E demonstram isso agora que estão na oposição. Antonio Carlos Magalhães, 78, é senador pelo PFL da Bahia e presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal. Foi presidente do Senado (1997-99 e 1999-2001), governador do Estado da Bahia (1991-94) e ministro das Comunicações (governo Sarney). Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Jorge Zaverucha: Conveniência política Índice |
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