São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Investigação
"A notícia "Delegado é exonerado após ação contra tucano" (Brasil, pág. A6, 24/ 9) deixa clara a necessidade de ser preservado o poder de investigação criminal do Ministério Público, pois, diferentemente da carreira de delegado de polícia, nossa instituição goza da garantia constitucional da inamovibilidade (artigo 128, parágrafo 5º da Constituição). Estamos, portanto, por salvaguarda constitucional, imunes a pressões políticas, o que não acontece com os delegados de polícia."
João Antonio Marchi, promotor de Justiça criminal da capital (São Paulo, SP)

Desculpas e fundamentalismo
"Agora podemos cometer crimes e depois sair por aí tocando tambor e cantando samba sem lei. As leis eleitorais foram sucateadas pelo presidente da República. Cidadãos comuns não teriam a mesma sorte. Ao pedir desculpas, Sua Excelência pediu votos novamente, sub-repticiamente. Páginas de jornais voltaram-se para o fato. As TVs e as rádios fizeram infindáveis comentários. Caso as "desculpas" tenham validade, espero que os TREs não cedam nenhum direito de resposta ao partido do presidente, como tem acontecido aqui em Belo Horizonte."
Modesta Trindade Theodoro, professora do ensino fundamental (Belo Horizonte, MG)

 

"Até quando o jornalismo de oposição fundamentalista da Folha vai encher meu picuá com essa choradeira em torno do "discurso pró-Marta" proferido pelo presidente da República? Curiosamente, muito curiosamente, não diviso a mesma indignação em vossas páginas tão evangélicas quando o nosso simpático governador chantageia o eleitorado com a promessa de que o bilhete único será estendido ao metrô na hipótese de Serra vencer."
Antonio Carlos Alves Pereira (São Paulo, SP)

ONU
"Muito apropriado o artigo de Demétrio Magnoli ("Dos usos da pobreza", Opinião, pág. A2, 23/9) sobre a "embolada" de Lula na ONU e sua obsessão pelo combate à fome no mundo. Pretensão e água benta... Inegavelmente, Lula está a todo o vapor rumo ao panteão dos grandes estadistas da modernidade. É pena que em lugar nenhum desta agora domesticada (por Lula, frise-se) humanidade ninguém, a não ser por generosidade ou boa educação, lhe dê cavaco nenhum. A humanidade não perde por esperar."
Antonio Claret (São Paulo, SP)

Ato médico
"Oportuno o artigo de Contardo Calligaris de 23/9 ("Controlar e regulamentar", Ilustrada). O mundo não pode ser controlado nem mesmo pelos médicos, que não querem perder a sensação de que são onipotentes. Justificar o ato médico como tentativa de controlar charlatões? Quantos médicos charlatões, por sua vez controlados pelos laboratórios, interessados apenas em seus lucros, não existem? Deixem cada cidadão escolher o tratamento que lhe convém. Ainda sobrará lugar para os médicos!"
Lygia Vampré Humberg, psicanalista, mestre pela Faculdade de Medicina da USP (São Paulo, SP)

Judiciário
"A Associação Paulista de Magistrados manifesta seu integral e irrestrito apoio ao presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, desembargador Luiz Elias Tâmbara, diante das declarações prestadas pelo excelentíssimo ministro Edson Vidigal, presidente do Superior Tribunal de Justiça, quanto à condução das negociações para o encerramento da greve dos serventuários da Justiça e à necessidade de intervenção federal no Estado de São Paulo. A Apamagis reconhece o empenho do desembargador Tâmbara na busca de solução justa para dirimir o conflito, pois ele vem atuando com a necessária sensibilidade e serenidade, fruto da experiência de magistrado de carreira que, desde 1966, vem prestando relevantes serviços ao povo de São Paulo. A situação por si só é grave e enfrenta óbices que não foram criados pelo Poder Judiciário bandeirante: os cortes orçamentários e os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal."
Celso Luiz Limongi, presidente da Apamagis (São Paulo, SP)

 

"Em relação à manifestação do ilustre advogado Walter Ceneviva ("Vidigal põe o dedo na ferida", Brasil, 22/9), vale esclarecer que, já em 31/5, o conselho diretor da Associação dos Advogados de São Paulo oficiava ao presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, desembargador Luiz Elias Tâmbara, manifestando a sua preocupação com a ameaça de greve dos servidores do Judiciário paulista. Deflagrada a greve, depois de um mês de paralisação e de esgotadas as várias tentativas de uma solução para o problema, a Aasp, impelida pelas inúmeras solicitações de providências por parte de seus mais de 84 mil associados, ingressou com mandado de segurança contra o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo e contra o governador Geraldo Alckmin, considerando ilegal a conduta omissiva adotada por aquelas autoridades diante da greve. Mais recentemente, o conselho diretor da Aasp solicitou à Procuradoria Geral da República e ao STF a decretação de intervenção federal no Estado de São Paulo. A Aasp empenhou-se em defender os interesses de seus associados e os da sociedade paulista, sem atribuir a culpa de tal situação aos grevistas."
José Roberto Pinheiro Franco, presidente da Associação dos Advogados de São Paulo (São Paulo, SP)

Novo retrato
"Quando o voto no Brasil vier a ser facultativo em todos os âmbitos da vida nacional, como acontece nos países desenvolvidos, o comportamento do cidadão brasileiro mudará o retrato deste país. Novas figuras, novas imagens e novas esperanças deverão surgir."
Antônio Rochael (Iguape, SP)

País vivo
"O artigo "Ave, Lula! Ave, Grevistas!", de Elio Gaspari (Brasil, 22/9), mostrou que este país está vivo e é um grande laboratório social para o mundo. Amanhã irão estudar sobre como, apesar de tudo, se construiu uma nação com a coluna vertebral de pé. Agora, as camadas médias precisam reaprender a fazer política e a romper com esse estado de dispersão, de desmoralização e de boca amarga em que se encontram nos últimos 15 anos (desde o fim da constituinte). A pobreza e a pauperização serão derrotadas quando os profissionais de alto nível tecnológico e cultural (10% da PEA) se unirem com os segmentos que sabem organizar a sociedade (entidades, sindicatos, ONGs). Acertando suas partituras, irão contribuir para um novo salto de desenvolvimento empreendedor em todos os campos."
Allen Habert (São Paulo, SP)

Biotecnologia
"Esclareço que o site da Monsanto veicula informações sobre a atuação da empresa no Brasil e em demais países, assim como traz "clipping" de textos publicados no Brasil a respeito de biotecnologia/ transgênicos. A frase "o cultivo ilegal de algodão transgênico irá difundir-se no país", mencionada no texto "Debate do transgênico chega ao algodão" (Dinheiro, 19/ 9), é, na verdade, uma afirmação de Hélio Tollini, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão que foi publicada no "Jornal da Tarde" de 29/7/2003."
Lúcio Pedro Mocsányi, diretor de Comunicação da Monsanto do Brasil (São Paulo, SP)


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