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Editoriais
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Difusão do transplante
CRIANÇAS e adolescentes até
18 anos ganham prioridade
na fila dos transplantes de
órgãos; os pacientes, e não mais
apenas os médicos, terão acesso
pela internet à listagem de candidatos à cirurgia. Tais medidas
integram um pacote de aperfeiçoamentos no sistema nacional
de transplantes, anunciado pelo
Ministério da Saúde com o objetivo de acelerar o ritmo das conquistas obtidas recentemente.
O número de transplantes no
Brasil cresceu 24% no primeiro
semestre deste ano na comparação com o mesmo período de
2008. Acabou a fila de espera para córneas, diz o governo federal.
Tais avanços estão relacionados
à duplicação dos recursos destinados à área entre 2004 e 2008.
Mesmo diante da forte expansão, contudo, o volume de cirurgias segue aquém das necessidades do país. Com cerca de 60 mil
pessoas à espera de um órgão, o
Brasil exibe taxa de 6,8 doadores
por milhão de habitantes. A Espanha, modelo nesse campo, ostenta índice de 40 por milhão.
Destacou-se o desempenho de
São Paulo: se a alta nos transplantes no país foi de 24%, o Estado registrou elevação duas vezes maior. A taxa de doadores em
território paulista já atinge 16
por milhão de habitantes.
O êxito de São Paulo está ligado à capilaridade da rede de captação de órgãos e tecidos. Médicos de 31 hospitais do Estado foram nomeados coordenadores
de transplante, o que promoveu
a pulverização das ações, agilizou
a retirada dos órgãos e ampliou
as taxas de sucesso cirúrgico.
Em contraste, alguns Estados
não têm equipes preparadas
nem equipamento de manutenção dos órgãos. Tocantins, por
exemplo, não fez nenhum transplante no semestre passado.
O momento, agora, é de disseminar as melhores práticas pelas
demais regiões do país a fim de
desconcentrar os índices de sucesso nos transplantes -e, assim, salvar mais vidas.
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