São Paulo, domingo, 25 de outubro de 2009

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Editoriais

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Difusão do transplante

CRIANÇAS e adolescentes até 18 anos ganham prioridade na fila dos transplantes de órgãos; os pacientes, e não mais apenas os médicos, terão acesso pela internet à listagem de candidatos à cirurgia. Tais medidas integram um pacote de aperfeiçoamentos no sistema nacional de transplantes, anunciado pelo Ministério da Saúde com o objetivo de acelerar o ritmo das conquistas obtidas recentemente.
O número de transplantes no Brasil cresceu 24% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2008. Acabou a fila de espera para córneas, diz o governo federal. Tais avanços estão relacionados à duplicação dos recursos destinados à área entre 2004 e 2008.
Mesmo diante da forte expansão, contudo, o volume de cirurgias segue aquém das necessidades do país. Com cerca de 60 mil pessoas à espera de um órgão, o Brasil exibe taxa de 6,8 doadores por milhão de habitantes. A Espanha, modelo nesse campo, ostenta índice de 40 por milhão.
Destacou-se o desempenho de São Paulo: se a alta nos transplantes no país foi de 24%, o Estado registrou elevação duas vezes maior. A taxa de doadores em território paulista já atinge 16 por milhão de habitantes.
O êxito de São Paulo está ligado à capilaridade da rede de captação de órgãos e tecidos. Médicos de 31 hospitais do Estado foram nomeados coordenadores de transplante, o que promoveu a pulverização das ações, agilizou a retirada dos órgãos e ampliou as taxas de sucesso cirúrgico.
Em contraste, alguns Estados não têm equipes preparadas nem equipamento de manutenção dos órgãos. Tocantins, por exemplo, não fez nenhum transplante no semestre passado.
O momento, agora, é de disseminar as melhores práticas pelas demais regiões do país a fim de desconcentrar os índices de sucesso nos transplantes -e, assim, salvar mais vidas.


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