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NOVA OTAN
A Otan, a aliança militar ocidental, encerra sua reunião de
cúpula em Praga (República Tcheca)
anunciando mudanças que incluem
a criação de uma força de reação rápida e a entrada de sete novos membros. Apesar da recauchutagem, a
crise de identidade da organização
está longe de ter sido resolvida.
A Otan (Organização do Tratado
do Atlântico Norte) surgiu em 1949
para tentar conter a influência e o poderio dos russos na então União Soviética. De lá para cá, a União Soviética acabou, e vários dos países que
pertenciam à sua zona de influência
já entraram para a organização. A
própria Rússia acabou tornando-se
uma "parceira estratégica".
Tendo perdido seu sentido original, a Otan está hoje em busca de um
papel. Sua principal liderança, os
EUA, pretende que ela se torne uma
força capaz de auxiliar no combate
ao terrorismo. Foi por essa razão que
a organização anunciou a criação de
uma tropa de reação rápida e a modernização de seu equipamento.
Também foi por isso que alterou
seus estatutos, para poder intervir
em todo o planeta, e não mais apenas no âmbito do Atlântico Norte.
Há, porém, dúvidas quanto à possibilidade de sucesso dessa empreitada. E os problemas são tanto de ordem prática quanto geopolítica. Para
começar, as decisões da Otan são tomadas por consenso. Será, evidentemente, necessário mudar isso, agora
que a organização terá seu quadro
ampliado. A dificuldade será chegar
a uma fórmula que contente todas as
partes. De mais a mais, os EUA cobram mais investimentos dos sócios
europeus, que não parecem muito
dispostos a elevar gastos militares.
A verdade é que fica difícil manter
uma estrutura como a Otan sem um
objetivo que lhe dê coesão, como era
a defesa comum nos tempos da
Guerra Fria. Aos EUA interessa dispor de uma organização militar multilateral que lhe seja dócil, mas talvez
esse papel já não convenha aos principais parceiros europeus. Vale lembrar que a União Européia constitui
hoje o principal pólo de poder mundial alternativo aos EUA.
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