São Paulo, quarta-feira, 25 de dezembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Rumos do PT
"O governo Lula nem começou, mas já está bem claro que nada terá de "esquerda", nem de revolucionário. Pelo contrário, será extremamente conservador. Ora, onde estão as promessas de mudança? Até agora, nada. Muitos eleitores de Lula ficarão frustrados nesses quatro anos. Ainda bem que anulei o voto. Não me iludiram com falsas esperanças."
Mário Annuza (Rio de Janeiro, RJ)

Esperanças e decepções
"Aguarda-se com grande expectativa e muita esperança que o futuro governo possa resgatar a dignidade do povo brasileiro, usurpada gradativa e sorrateiramente durante os oito longos anos do atual governo, onde fomos apenas figurantes do grande espetáculo interpretado e dirigido pelo vaidoso ator FHC. Infelizmente, não podemos ter a mesma expectativa e esperança em relação ao Senado e à Câmara dos Deputados, que deverão continuar votando historicamente em benefício próprio, postergando as votações de questões polêmicas, apresentando projetos sem nenhum apelo popular e se acovardando diante das reformas tributária, judiciária, política, previdenciária e outras que se fazem necessárias. Às vezes, me pergunto: vale a pena votar em senador e deputado? Espero que me provem o contrário."
Glenan Sing (Alfenas, MG)

Gilberto Gil
"Uma parte da esquerda, às vezes, coloca-se como a dona da verdade e esquece que existem pessoas que podem contribuir com o país de forma competente, com projetos sérios e que podem vir ajudar o governo Lula. Seus desabafos são verdadeiros no tocante ao salário de R$ 8.000,00, que não são suficientes para mantê-los, e ainda correm o risco de saírem chamuscados dessa responsabilidade. Acho muito melhor ter um artista da classe de Gilberto Gil na frente do Ministério da Cultura do que um intelectual pensando em projetos mirabolantes."
Gil Gavioli dos Santos (Niterói, RJ)

Isenção de IR
"Causa revolta a notícia a respeito da isenção de imposto de renda sobre o aumento retroativo a 1998 para os juízes federais. O aumento retroativo já é, por si só, um trem da alegria. Para completar a sangria, agora fica isento de IR. Moro no Canadá e informo que aqui até seguro-desemprego paga IR, pois o imposto incide sobre qualquer renda. Após cinco anos estudando direito, cada vez mais tenho a impressão de não saber nada quando vejo tamanhas pérolas jurídicas."
André Lopes (Toronto, Canadá)

Caminho da fé
"Excelente a reportagem da Folha ("Igreja vai oficializar um "Caminho de Santiago" no país", Cotidiano, pág. C1, 22/12) sobre a trilha de peregrinação com destino a Aparecida do Norte, saindo de Tambaú, cidade que assistiu na década de 50 às maiores romarias em busca de um homem [padre Donizetti]. Quarenta mil pessoas por dia formavam procissões que caminhavam até a praça dos milagres. Paralíticos, surdos, mudos, cegos, tuberculosos, cancerosos restabeleciam-se completamente. A inclusão de Tambaú nessa trilha da fé é, além de uma justa homenagem a um homem digno e sacerdote dedicado, a confirmação de que todos os romeiros e peregrinos serão bem-vindos."
Paulo Rogério B. Rocco (Tambaú, SP)

Impostos paulistanos
"É impressionante a ganância que a Prefeitura de São Paulo tem com relação ao dinheiro do contribuinte. A história do selo verde é de uma hipocrisia sem tamanho. Se o rodízio de carros foi criado para retirar em um dia da semana 20% dos veículos com a finalidade de diminuir a poluição e o congestionamento, como é que agora, com pagamento, pode-se poluir e congestionar?"
Mario Alves Barbedo (São Paulo, SP)

Doação eleitoral
"Com referência à nota "Canais competentes" ("Painel", pág. A4, edição de ontem), gostaria de observar que, quando fiz a doação, no primeiro turno das eleições, não havia qualquer cogitação de que o deputado [Miro Teixeira, PDT-RJ] pudesse vir a ser ministro de Lula. Lembro que o partido do deputado, no primeiro turno, apoiava outro candidato à Presidência."
João Carlos Di Genio (São Paulo, SP)

Multa por demissão
"O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) vem a público divulgar uma proposta que caracteriza bem a visão tecnicista que foge da realidade. Segundo alguns técnicos desse organismo, a multa de 40% paga pelo empregador quando demite um funcionário, é estímulo para a rotatividade de mão-de-obra. E insinuam que o empregado pressiona o patrão para ser demitido. Esses tecnocratas mais uma vez mostram o estilo insensível, a visão distorcida da realidade. Com a falta de emprego, seria ingenuidade pensar que esse procedimento seja uma regra. A multa deveria ser bem maior. Quem sabe assim, teríamos uma rotatividade menor."
Uriel Villas Boas (Santos, SP)

Tecnologia e fome
"As propostas defendidas por Robert Watson ("Investir na agricultura deve ser a chave para diminuir a fome", Ciência, pág. A10, 23/12) para combater a pobreza mundial são de parcialidade e interesses subliminares. Suas idéias muito se assemelham às da denominada revolução verde, na qual os países desenvolvidos vendiam tecnologia agrícola aos subdesenvolvidos sob a retórica de reduzir a fome no mundo. Entretanto, o resultado concreto dessa política revelou o verdadeiro interesse do mundo desenvolvido: Aumentar a oferta de bens agrícolas e, com isso, diminuir o preço de importação desses produtos, além de tornar os países subdesenvolvidos dependentes da tecnologia estrangeira. O problema da fome no mundo não é decorrente de uma suposta produção insuficiente de alimentos, mas sim da má distribuição de renda."
Guilherme Farrer (Belo Horizonte, MG)

Estradas esburacadas
"Na semana passada, em viagem pelo sul de Minas, pude participar de alguns balés. Pena que não tenha sido em nenhuma companhia de dança, e sim, para me livrar de incontáveis crateras naquilo que ainda insistimos por aqui em chamar de "estradas". Será que isso acontece por omissão, descaso ou incompetência talvez até criminosa das autoridades? Não dá para aceitar o argumento de falta de recursos, pois já constatamos que esses não faltam quando são concedidos generosos aumentos salariais aos nossos distintos deputados."
Almir M.Ferreira (Poços de Caldas, MG)

Consumo e Natal
"A que ponto chegamos: do Vaticano, o papa João Paulo 2º critica o consumo no Natal. Até as trocas de presentes entre familiares estão arriscadas a perder o significado. A Igreja Católica tem razão quando diz que Jesus foi o presente de Deus para a humanidade. Por isso, há séculos, a troca de presentes no Natal virou um símbolo global. Mas a igreja deve entender também que, para o globo girar e para ela mesma sobreviver neste novo mundo, é preciso consumir. Claro, com o objetivo de proporcionar crescimento, mas sem esquecer de exercer o papel solidário."
Rodrigo Bonacin Barnabé (São Bernardo do Campo, SP)

Boas-festas
A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Roberto Civita, Grupo Abril (São Paulo, SP); Sérgio Kobayashi, presidente da Imprensa Oficial do Estado (São Paulo, SP); Volkswagen do Brasil (São Paulo, SP); Claudio Luiz Lottenberg, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein (São Paulo, SP); Antunes Filho e Grupo de Teatro Macunaíma (São Paulo, SP); Joaquim Falcão, diretor da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (Rio de Janeiro, RJ); Luiz Gornstein (São Paulo, SP); João Mota Pinto e Paulo Machado, Icep -Investimento, Comércio e Turismo de Portugal (São Paulo, SP); Julio Guridi, Hawaii Visitors & Convention Bureau (Montevidéu, Uruguai)


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