São Paulo, sexta-feira, 26 de março de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Primeiro emprego
"O Ministério do Trabalho e Emprego reconhece dificuldades de operacionalização do Programa Primeiro Emprego, nesses seus primeiros quatro meses desde a implantação. Tanto que está enviando ao Congresso Nacional um conjunto de medidas para facilitar a sua execução. Mas não é verdade, como informou a Folha, que há apenas um jovem empregado no âmbito do programa. Dois dias antes da publicação da manchete do jornal no dia 21 de março, afirmando haver um único jovem trabalhando, eram 503 admitidos com carteira de trabalho assinada. A lista de empresas está disponível no ministério. As informações sobre o Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira) também estavam incompletas, pois foi desconsiderada uma das fontes pagadoras: o DES (Departamento de Empregos e Salários)."
Myrian Alves, assessoria de comunicação social do Ministério do Trabalho e Emprego (Brasília, DF)

Resposta da jornalista Marta Salomon -
O Ministério do Trabalho informou por escrito que o programa Primeiro Emprego havia "colocado" até aquela data (18/3) 409 jovens, informação reproduzida no "outro lado" da reportagem. Foi o Siafi, sistema de acompanhamento de gastos do próprio governo, que registrou o pagamento de apenas um benefício até aquela data.

Sem vagas
"Leio nos noticiários on-line: "Desemprego já atinge 2,5 milhões de trabalhadores. A taxa de desemprego no mês de fevereiro subiu para 12%, contra 11,7% de janeiro, segundo o IBGE. Renda do trabalhador cai pelo 12º mês consecutivo". Confesso que, depois de ler essas notícias, fiquei com aquela estranha sensação de ter sido feito de otário. Afinal de contas, eu esperei a criança nascer (Lula pediu que esperássemos nove meses). O que mais ele quer agora? Que eu espere a criança aprender a andar e, quem sabe, a ler e escrever?"
Fabio Luiz Silveira (São Paulo, SP)

Demissão
"Não é verdadeira a informação publicada na Folha de ontem (Brasil) de que está sendo cogitada a demissão do vice-presidente de logística da Caixa Econômica Federal, Paulo Bretas. Solicitamos a devida retificação das informações publicadas."
Gabriel de Barros Nogueira, assessor de imprensa da Caixa Econômica Federal (Brasília, DF)

Dito pelo não-feito
"As críticas que vêm sendo feitas ao PT são absolutamente coerentes. O que esperar, agora, de um governo que promete uma coisa e faz outra? Que aumenta tributos, que toma atitudes inconstitucionais (MPs sem nenhuma urgência, exceto políticas), que se envolve em escândalos? Como explicar a um desempregado desesperado o que é taxa Selic ou meta de inflação? A fome não pode ser exterminada homeopaticamente. Decisões mais imediatistas deveriam ser tomadas."
Ricardo Morais Tonin (São Paulo, SP)

Base aliada
"Leio estarrecido a notícia de que o PMDB ameaça deixar a base governista caso suas "diretrizes" não sejam aceitas. Como se sabe, a palavra diretrizes não passa de um eufemismo baixo para a infindável demanda por verbas, cargos, favorecimentos ou qualquer migalha que o governo possa oferecer a sua base governista em troca de submissão e obediência ao governo no Congresso. Pensando bem, atitudes como a do PMDB e de partidos da infame base não chegam a surpreender. Ao ameaçar trocar de lado no menor sinal de crise, portam-se como mercenários, numa intensa busca de ganhos sem limites ou escrúpulos. Pobre país cujo governo se resume a um grande balcão de negociações de interesses espúrios."
Vagner Correa (São Bernardo do Campo, SP)

Almoço
"Com relação à reportagem "Na zona leste, Marta realiza visita em ritmo de campanha" (Cotidiano, 25/3), informamos que o almoço realizado no Itaim Paulista, em 24/3, foi organizado e custeado por empresários locais, em agradecimento às obras realizadas na região, assim como pelo Plano de Desenvolvimento da Zona Leste."
Sonia Franieck, Secretaria de Comunicação e Informação Social Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Fabio Schivartche - A informação publicada sobre o custeio do evento foi fornecida pelo coordenador de Finanças da Subprefeitura do Itaim Paulista, Sebastião Gomes do Nascimento.

Súmulas
"O artigo do deputado José Eduardo Martins Cardozo ("Tendências/Debates", pág. A3, 23/3) reflete opinião de ponderável parcela de profissionais do direito contrária à criação de súmula de efeito vinculante. De outro lado, procede a observação de que os tribunais concentram seus esforços não no exame da causa posta em juízo, mas limitam-se a debater questões relativas às formalidades processuais, vias ou mesmo recursos cabíveis para a adequada defesa dos direitos. Pergunta-se: qual o prejuízo para os cidadãos se, porventura, sedimentada uma solução relativa à melhor interpretação da lei processual, for editada uma súmula com caráter vinculante em matéria processual? Ora, nessa hipótese, seria bem-vinda a súmula vinculante e, se um juiz a contrariasse, justamente o derrotado poderia, mediante uma reclamação proposta diretamente no tribunal que editou a súmula, lograr a imediata revisão da decisão! É o que penso."
Walter Piva Rodrigues, professor doutor no Departamento de Direito Processual da Faculdade de Direito da USP (São Paulo, SP)

Reações diversas
"O filme de Mel Gibson "A Paixão de Cristo" desperta nas pessoas reações diferentes: uns o consideram como uma extraordinária estratégia de marketing capaz de render milhões; outros o consideram uma obra que desperta ou acentua o anti-semitismo e o fundamentalismo religioso; muitos consideram as discussões sem nenhuma importância; vários consideram o filme violento; e diversos enxergam nele um sofrimento intenso que, por amor, não se curvou à conivência comodista dos sistemas reinantes na época. As múltiplas impressões sobre o filme permitem perceber que cada uma traduz a relação que o emissor possui com o próprio Jesus Cristo. Para uns, Cristo possui importância econômica, para outros gera divisão e preconceitos, muitos não se importam com sua existência etc. Somente o "ato falho" será capaz de expressar a verdadeira essência das opiniões de cada um sobre o filme."
Marcelo Alexandre dos Santos (Uberlândia, MG)

Infra-estrutura militar
"A revolução de 1964 está comemorando, neste ano, 40 anos. A compreensão de um período da história de um país só acontece pelos resultados concretos alcançados nesse intervalo de tempo. No período de 1964/84 foi construída a infra-estrutura necessária ao crescimento, ao desenvolvimento econômico. Houve grandes investimentos em energia, siderurgia, petroquímica, telecomunicações, transportes, indústria de base, de um modo geral. Por causa dessa infra-estrutura é que o país resiste até hoje, economicamente."
Marli Mira Hoeltgebaum (São Paulo, SP)

Fingimentos
"Se o aluno não aprende, mas é aprovado, o professor não ensina, mas é remunerado, o sistema de cotas é oficializado e o contribuinte paga seus impostos conformado, temos um exemplo acabado de analfabetismo sustentado."
Ergógiro Dantas, pedagogo aposentado (Rio de Janeiro, RJ)

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