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EUA SEM GUERRA
O final da etapa mais ostensiva
da guerra anglo-americana ao
Iraque, se deu consistência à tendência positiva de queda nos preços internacionais do petróleo, ao mesmo
tempo recolocou em evidência a
constatação negativa de que os EUA
estão longe de uma recuperação.
O sintoma imediato desse mal crônico surge nas Bolsas, que recuaram
fortemente no fechamento da semana diante dos números ruins sobre o
crescimento econômico. O PIB dos
EUA teve alta de 1,6%, abaixo das expectativas de 2,3% que circulavam
nos mercados financeiros.
O Dow Jones, principal indicador
de Wall Street, sofreu baixa de mais
de 150 pontos, acionando um sistema que limita a intensidade das oscilações de cotações.
Além da frustração com as perspectivas de crescimento, pesa cada
vez mais no horizonte dos investidores a percepção de que a epidemia
mundial de Sars é mais grave e terá
efeitos econômicos negativos mais
profundos do que se imaginava.
O governo Bush aproveita cada
oportunidade em que os indicadores
decepcionam para pregar em favor
de cortes nos impostos.
Enquanto isso, os custos da guerra
no Iraque e o cenário de pessimismo
generalizado entre os investidores levam os observadores mais críticos a
prognosticar um desequilíbrio fiscal
crescente nos EUA. No pior cenário,
o Fed teria de elevar os juros.
Na prática, parece cada vez mais
ocioso discutir a microeconomia de
custos e benefícios de cortes nos impostos quando as tendências macroeconômicas nos EUA, na União
Européia e na Ásia se revelam tão
frustrantes. Simplesmente a proporção dos problemas ultrapassa em
muito a escala em que supostamente
teriam efeito os benefícios fiscais para as empresas e as classes ricas defendidos pela equipe de Bush.
Os EUA sem guerra continuam patinando contra um inimigo interno
que é difícil combater: uma economia fragilizada por uma grande crise
de confiança.
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