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LICENÇA AMBIENTAL
Não são exatamente novas as
queixas de empresários a respeito de dificuldades no processo de
licenciamento ambiental necessário
à aprovação de diversos tipos de projeto. As dificuldades são atribuídas à
lentidão do Ibama -principal órgão
responsável pela apreciação de projetos que possam envolver riscos ao
ambiente- e a problemas relativos à
legislação ambiental.
Quanto a este último ponto, o principal obstáculo à obtenção de licenças residiria na sobreposição de leis
que proliferaram nos últimos 30
anos. Num país com as carências do
Brasil, cuja necessidade de promover
investimentos é evidente por si mesma, não faz sentido que problemas
como esses dificultem o bom andamento da atividade empresarial.
De acordo com declaração do diretor de Licenciamento do Ibama, publicada no site oficial do governo federal no dia 16 deste mês, não haveria propriamente "crise de licenciamento, mas sim transferência de toda a responsabilidade pelo suposto
entrave de obras aos órgãos ambientais". No mesmo site, afirma-se que
grande parte do problema residiria
em que, até agora, o planejamento de
obras de infra-estrutura tem sido feito sem levar devidamente em conta
questões ambientais. Além disso, o
governo anunciou a contratação de
mais técnicos para avaliação de projetos e discussão a respeito da criação
de áreas específicas para organizar o
processo de licenciamento.
Em meio a reclamações de empresários e réplicas de representantes do
governo federal, o maior perdedor
parece ser o país como um todo, que
precisa expandir sua infra-estrutura.
É certo que os entraves à aprovação
desses projetos não devem servir para alimentar a idéia de que investimentos podem ser feitos sem levar
em consideração seus impactos sobre o ambiente. Não se trata de retroceder a um estágio em que questões
dessa ordem eram desconsideradas.
É preciso, porém, que o governo federal não se furte à responsabilidade
de conciliar preservação e desenvolvimento do país. O que é deplorável é
que, enquanto se discutem possíveis
soluções para tornar o Ibama mais
ágil, projetos continuem parados.
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