SÃO PAULO - 1. Parece que os miseráveis, sem-terra, sem-teto estão inquietos. Que a situação social degenera como os presos de Rondônia e suas cabeças e pernas cortadas à haitiana. Que os chefes da droga dos bantustões, as favelas, infernizam mais que o habitual. Que os últimos iludidos pela mentira do petismo-lulismo, os servidores, resolveram "infernizar". Até os nativos, índios e seus servos garimpeiros-índios (há diferença?) estão inquietos. Aconteceu alguma coisa? Não. Nós é que não estávamos prestando atenção.
2. Curioso é como todos esses conflitos são periféricos, afora a guerra da favela. Onde estão os desempregados? Uns poucos no crime. Outros no bonde do Stédile, do MST. Mas o MST é só um resíduo de 20 anos de estagnação. Um pouco de crescimento solapa o MST. Não há mais "conflito agrário", reforma agrária é só um programa social ruim. Onde estão os sindicatos do trabalho? As centrais sindicais ou bajulam o governo ou brigam pelo direito de esfolar os trabalhadores que dizem representar.
3. Nunca antes governo e estatais economizaram tanto para pagar a monstruosa dívida pública deixada por FHC-Pedro Malan e ora incrementada por Henrique Meirelles e os tesoureiros do apocalipse do Banco Central. E daí? E daí, nada.
A Fazenda faz caixa para pagar os juros do Meirelles e os aumentos de gastos em ano eleitoral.
"Ah, o aumento do mínimo vai custar tão pouco perto dos juros da dívida." É verdade. E daí? E daí, nada.
A despesa do governo já é quase toda comprometida com gastos obrigatórios. Mesmo esmolas federais extras comprimem o pouco que há para alguma obra ou coisa assim. O país há anos beira o colapso fiscal.
4. Por que não se faz menos superávit fiscal? Porque a dívida vai aumentar. E daí? E daí que vamos sofrer uma amostra grátis dos efeitos deletérios de um calote sem as eventuais vantagens (não pagar). A dívida pode cair? Pode. Se os juros do Meirelles caírem algo, o país crescer um tico, a inflação também. Isso resolve? Não. Crescer demanda muita coisa mais que juro menor. Mas ao menos sairíamos do fundo da lama em que a conspiração do BC nos enterra a cada dia que passa.


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