São Paulo, sábado, 26 de abril de 2008

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Mais concorrência

N O PRIMEIRO bimestre, o consumo de álcool no Brasil superou o de gasolina, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo). O menor preço do álcool, R$ 1,48 na média -abaixo do da gasolina, de R$ 2,50-, foi decisivo para essa expansão. As vendas do álcool cresceram 56%; as de gasolina subiram apenas 2,9%, no mesmo período.
Esse avanço do álcool, associado ao temor de uma realimentação da inflação, tem limitado a correção dos preços da gasolina e do óleo diesel no mercado doméstico. A alta persistente nas cotações internacionais do petróleo amplia a defasagem do preço da gasolina, estimada em 20%, no mercado interno.
A Petrobras procura conter as oscilações bruscas nas cotações dos combustíveis. Mas é evidente que o produto mudou de patamar de preços: o barril hoje está cotado acima de US$ 115. É necessário, portanto, que a estatal reveja sua política de tarifas, pois não é seu papel conceder subsídios ao mercado interno. O próprio presidente Lula reconheceu ontem que há defasagem nos preços da gasolina e do diesel.
O lado positivo é que a concorrência no mercado de combustíveis se amplia. Os carros flex -que funcionam a álcool e/ou gasolina- já representam 85% dos veículos que saem de fábrica. A entrada de uma grande empresa multinacional petrolífera na produção de álcool, em Goiás, pode prenunciar um novo ciclo de investimentos no setor.
A compra da rede de distribuição da Esso pela Cosan -empresa nacional líder mundial em produção de álcool- desencadeará outras reações. Com esse lance, a própria Petrobras será chamada a se mexer, caso não queira perder importância e faturamento no segmento de combustíveis.


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