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Mais concorrência
N
O PRIMEIRO bimestre, o
consumo de álcool no
Brasil superou o de gasolina, segundo dados da ANP
(Agência Nacional do Petróleo).
O menor preço do álcool, R$ 1,48
na média -abaixo do da gasolina, de R$ 2,50-, foi decisivo para
essa expansão. As vendas do álcool cresceram 56%; as de gasolina subiram apenas 2,9%, no
mesmo período.
Esse avanço do álcool, associado ao temor de uma realimentação da inflação, tem limitado a
correção dos preços da gasolina e
do óleo diesel no mercado doméstico. A alta persistente nas
cotações internacionais do petróleo amplia a defasagem do
preço da gasolina, estimada em
20%, no mercado interno.
A Petrobras procura conter as
oscilações bruscas nas cotações
dos combustíveis. Mas é evidente que o produto mudou de patamar de preços: o barril hoje está
cotado acima de US$ 115. É necessário, portanto, que a estatal
reveja sua política de tarifas, pois
não é seu papel conceder subsídios ao mercado interno. O próprio presidente Lula reconheceu
ontem que há defasagem nos
preços da gasolina e do diesel.
O lado positivo é que a concorrência no mercado de combustíveis se amplia. Os carros flex
-que funcionam a álcool e/ou
gasolina- já representam 85%
dos veículos que saem de fábrica.
A entrada de uma grande empresa multinacional petrolífera na
produção de álcool, em Goiás,
pode prenunciar um novo ciclo
de investimentos no setor.
A compra da rede de distribuição da Esso pela Cosan -empresa nacional líder mundial em
produção de álcool- desencadeará outras reações. Com esse
lance, a própria Petrobras será
chamada a se mexer, caso não
queira perder importância e faturamento no segmento de combustíveis.
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