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TIMONEIRO DA DESORDEM
O líder do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem
Terra, João Pedro Stédile, voltou a
manifestar sua conhecida truculência política em palestra realizada no
Rio Grande do Sul para integrantes
do MST. Em mais um ataque ao Estado de Direito, o tosco timoneiro da
desordem rural proferiu as seguintes
palavras: "A luta camponesa abriga
hoje 23 milhões de pessoas. Do outro
lado há 27 mil fazendeiros. Será que
mil perdem para um? É muito difícil.
O que nos falta é nos unirmos, para
cada mil pegarem um. Não vamos
dormir até acabarmos com eles".
Seria difícil demonstração mais
elucidativa da orientação política da
cúpula dos sem-terra. O que se constata é uma liderança comprometida
com a aberrante idéia de que é possível capitanear no Brasil um processo
revolucionário de confusa, precária e
autoritária inspiração marxista, a
partir do enfrentamento entre famílias rurais sem terra e fazendeiros.
Quando minoritários, projetos de
poder desse tipo chegam até mesmo
a despertar simpatias entre incautos
setores da esquerda democrática,
uma vez que serviriam como contraponto a situações de injustiça social.
Há, no entanto, farta experiência histórica a demonstrar o quanto de totalitarismo e obscurantismo pode-se esperar de sua transformação em
efetivo poder de Estado.
O país vive um clima de radicalização no campo que tem colocado em
xeque a autoridade do novo governo.
Dando sinais de que está atento para
o problema, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, que já havia se comprometido com ruralistas a zelar pelo
cumprimento da lei, classificou ontem como "absurdas" as declarações
de Stédile.
Contribuíram para agravar a atmosfera de exasperação que envolveu o país nos últimos dias o confronto entre manifestantes do funcionalismo e tropa de choque na Câmara e a declaração de greve de juízes
e promotores.
Tal ambiente de extremismos deve
ser contido. É preciso que as reivindicações dos diversos setores da sociedade transcorram pacificamente
dentro dos limites institucionais.
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