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CADASTRO POSITIVO
Felizmente, começa-se a discutir no país a necessidade de
organizar "cadastros positivos" dos
clientes para reduzir os elevados
"spreads" praticados pelo setor bancário e fomentar o mercado de crédito brasileiro.
Trata-se de construir sistemas de
avaliação de risco a partir de informações positivas e/ou restritivas sobre a história creditícia dos clientes.
O método permite discernir o bom
do mau pagador, podendo-se fixar
uma taxa de juros proporcional ao
perfil de risco do cliente.
Numa situação em que os bancos
vêem menos riscos em deter títulos
públicos remunerados pela Selic do
que em ampliar o crédito, compreende-se a ausência de "cadastros positivos". Nem mesmo a entrada de instituições estrangeiras, com técnicas
mais modernas de análise de crédito
em suas matrizes, estimulou a introdução de métodos de identificação e
monitoramento de riscos.
Há apenas algumas experiências
bem-sucedidas no crédito pessoal,
feitas por financeiras em parceria
com a Serasa, empresa de análise e
informações para decisões de crédito. O aperfeiçoamento dos critérios
de avaliação de risco possibilitou a
redução das taxas de juros de 12,8%
ao mês para 6,9%.
A Central de Risco do Banco Central representou um avanço, mas insuficiente, pois registra apenas operações acima de R$ 5 mil, excluindo
grande parte das transações no mercado brasileiro. Além disso, apresenta defasagem tecnológica.
Mereceria melhor exame até que
ponto a legislação de sigilo bancário,
que prevê autorização do cliente para
colocar suas informações em bancos
de dados, poderia dificultar as avaliações. Analistas de mercado estimam,
no entanto, que a disseminação dos
"cadastros positivos" poderia aumentar a oferta de crédito de 23,3%
para 29% do Produto Interno Bruto.
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