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São Paulo, sábado, 26 de julho de 2003

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CADASTRO POSITIVO

Felizmente, começa-se a discutir no país a necessidade de organizar "cadastros positivos" dos clientes para reduzir os elevados "spreads" praticados pelo setor bancário e fomentar o mercado de crédito brasileiro.
Trata-se de construir sistemas de avaliação de risco a partir de informações positivas e/ou restritivas sobre a história creditícia dos clientes. O método permite discernir o bom do mau pagador, podendo-se fixar uma taxa de juros proporcional ao perfil de risco do cliente.
Numa situação em que os bancos vêem menos riscos em deter títulos públicos remunerados pela Selic do que em ampliar o crédito, compreende-se a ausência de "cadastros positivos". Nem mesmo a entrada de instituições estrangeiras, com técnicas mais modernas de análise de crédito em suas matrizes, estimulou a introdução de métodos de identificação e monitoramento de riscos.
Há apenas algumas experiências bem-sucedidas no crédito pessoal, feitas por financeiras em parceria com a Serasa, empresa de análise e informações para decisões de crédito. O aperfeiçoamento dos critérios de avaliação de risco possibilitou a redução das taxas de juros de 12,8% ao mês para 6,9%.
A Central de Risco do Banco Central representou um avanço, mas insuficiente, pois registra apenas operações acima de R$ 5 mil, excluindo grande parte das transações no mercado brasileiro. Além disso, apresenta defasagem tecnológica.
Mereceria melhor exame até que ponto a legislação de sigilo bancário, que prevê autorização do cliente para colocar suas informações em bancos de dados, poderia dificultar as avaliações. Analistas de mercado estimam, no entanto, que a disseminação dos "cadastros positivos" poderia aumentar a oferta de crédito de 23,3% para 29% do Produto Interno Bruto.


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