UOL




São Paulo, sábado, 26 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Reformas
"Excelente o artigo de José Arthur. Giannotti sobre as reformas da Previdência e tributária ("Tendências/Debates", 25/7/). É necessário lembrar ao presidente da República que há na Constituição dispositivo que impede a concessão de aposentadorias acima da remuneração dos ministros do Supremo (STF), isto é, ganho superior a R$ 17 mil. Portanto é só aplicar a lei, sem necessidade de discursos emocionados e de bravatas. De acordo com o "Boletim Estatístico de Pessoal" do Ministério do Planejamento (janeiro/2003), apenas 4,1% dos 328 mil servidores civis aposentados do Poder Executivo recebem mais de R$ 8.500, salário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governo Lula precisa trabalhar sério e realizar reformas progressistas que promovam a justiça social."
Felipe Luiz Gomes e Silva (São Carlos, SP)

Brasil
"Será que a Folha e seus colunistas percebem que agem como um partido político apesar de não o serem? O que há por trás desse vigor contra Lula? Há algumas semanas, fiz um levantamento -um DataArnóbio- e verifiquei que, em todas as colunas do jornal, todos os colunistas e convidados só falaram mal do governo Lula. No UOL é a mesma coisa. Não há nada que preste neste governo? Estará a população idiotizada e só vocês messianicamente certos? A malícia e o veneno que a Folha usa contra o governo Lula não abalarão só a ele. O jornal forma, ou tenta formar, opinião para enfraquecer o governo apenas pelo prazer de se regozijar de que "derrotou" mais um? Será que o Brasil e suas frágeis instituições suportarão mais uma queda de governo? O senhor Lula, mesmo assumindo seus valores e suas reformas, mesmo engolindo todo tipo de "sapo" imposto pela herança maldita, mesmo assim, é massacrado até em coluna social. Que mal tão grande comete ele? Não fez o ato de contrição? O jornal se aproveita covardemente da fragilidade das nossas instituições e dos nossos partidos. Não pensa no Brasil, neste povo miserável, que já sofre tanto e que, pela primeira vez, depois de 502 anos de PFL, tem a chance de ver à frente da nação alguém vindo de seu meio, um genuíno representante popular."
Arnóbio Rocha (São Paulo, SP)

Prerrogativas e privilégios
"Fruto de visível erro estratégico ou de inaceitável imaturidade política, a proposta conjunta de paralisação das atividades formulada pelas associações classistas da magistratura e do Ministério Público impede que fique claro para a sociedade o que é defesa de prerrogativas e o que é apego a privilégios. Se a cúpula classista pretendeu fornecer armas aos que querem o enfraquecimento do Poder Judiciário e do Ministério Público, sem dúvida conseguiu!"
Abrão Amisy Neto, promotor de Justiça de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público do Estado de Goiás (Goiânia, GO)

Invasões
"Os pronunciamentos do governador de São Paulo nos dias 23 e 24 deste mês acerca das invasões de propriedades públicas e privadas no Estado foram muito oportunos e diretos ("Alckmin promete rigor contra os sem-teto'). O governador Geraldo Alckmin disse que estávamos assistindo ao "espetáculo das invasões", afirmação com a qual concordo inteiramente. Grande parte desses grupos age não por um "estado de necessidade" (como anteriormente o procurador-geral da República afiançou ao tratar das invasões promovidas pelo MST), mas tão-somente devido à leniência e à conivência das autoridades constituídas (governo federal e PGR), haja vista que esses movimentos, ao analisarem quem terão de enfrentar, resolvem "pagar pra ver", ou seja, sabem de antemão que serão tratados com "carinho". É preocupante a escalada de invasões que a sociedade brasileira vem observando."
Floro Sant'Ana de Andrade Neto (Maceió, AL)

 

"No dia 24/7, a imprensa noticiou que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, referindo-se às invasões e desocupações dos sem-teto na capital e na região do ABC, afirmou que a decisão da Justiça será cumprida. E acrescentou: "Será muito ruim para o país o dia em que não se cumprir determinação judicial. A democracia é o império da lei". Ouvir isso do governador é muito bom. Principalmente para aquelas centenas, ou talvez até milhares, de pessoas que há anos esperam pelo recebimento dos precatórios alimentares a elas devidos pelo Estado -com decisões judiciais já transitadas em julgado e com os mandados de citação já cumpridos junto ao Estado. Permito-me dizer também que um país onde os governantes não cumprem decisões judiciais não guarda diferença daqueles que não cumprem leis e que derrubam seus presidentes por golpes de Estado."
Mario Pallazini (São Paulo, SP)

Jornalismo
"Nos anos 80, em várias Redações e assessorias de imprensa do Brasil, havia um pôster com a foto de Cláudio Abramo -um dos mais respeitados jornalistas brasileiros de todos os tempos-, com sua seguinte frase: "O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter". Se é assim, como concordar com a obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo? Afora o fato de essa obrigatoriedade ser uma imposição da ditadura militar, a exigência da formação acadêmica é socialmente seletiva, pois exclui do exercício da profissão aqueles que não tiveram a oportunidade de frequentar uma faculdade e são talentosos jornalistas. O próprio Cláudio Abramo é um exemplo disso. E é justamente de Cláudio Abramo uma das mais contundentes declarações contra essa obrigatoriedade: "Para ser jornalista, é preciso ter uma formação cultural sólida, científica ou humanística. Mas as escolas são precárias. Como dar um curso sobre algo que nem eu consigo definir direito? Trabalhei 40 anos em jornal e acho muito difícil definir o que meia dúzia de atrevidos em Brasília definem como curso de jornalismo. Foi o que fez o patife do Gama e Silva (ministro da Justiça de Costa e Silva), que elaborou a lei para tirar os comunistas dos jornais". (Cláudio Abramo, "A Regra do Jogo", São Paulo, Companhia das Letras, 2002, páginas 247 e 252)."
Cristhiane Romão (São Paulo, SP)

Ombudsman
"Já passou da hora de este leitor enviar à Folha algumas considerações sobre o trabalho do ombudsman do jornal, Bernardo Ajzenberg. Isso porque jamais vi um ombudsman, qualquer ombudsman, levar o seu trabalho tão a sério quanto o ombudsman da Folha. Ajzenberg vai a fundo nas questões que lhe são propostas, jamais deixando alguma delas sem resposta e, quando é o caso, sem providências. E isso me parece espantoso devido à grande quantidade de mensagens que imagino que lhe cheguem às mãos diariamente. Formalizo, pois, meus cumprimentos ao ombudsman da Folha e o meu desejo sincero de que permaneça no cargo pelo maior tempo possível, pois seu trabalho é ímpar."
Eduardo Guimarães (São Paulo, SP)

Texto Anterior: Não - Oscar Vilhena Vieira: Um canto de fogo

Próximo Texto: Erramos
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.