OS SENADORES da Comissão de Infra-Estrutura honraram uma das mais lamentáveis tradições da Casa e transformaram em nova pantomima a argüição de dois diretores para a inoperante Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Votaram e aprovaram os candidatos antes mesmo de ouvir suas respostas.
Para ganhar tempo, os indicados Marcelo Pacheco dos Guaranys e Alexandre Gomes de Barros iniciaram as preleções quando havia só dois senadores presentes. Alcançado o quórum, passou-se à votação, com suspensão da sabatina. Os senadores votavam e iam embora.
Além dos relatores, só quatro dos 22 integrantes da comissão formularam questões. Nem fora iniciada a sessão de respostas e os votos já eram abertos e contados. Quando Guaranys e Barros terminaram de responder, havia um só parlamentar presente.
O Senado Federal já não estivera à altura da sua responsabilidade ao referendar a diretoria anterior da Anac, cuja inépcia contribuiu decisivamente para a balbúrdia nos aeroportos.
No Senado tudo se negocia, está visto, mas nada se aprende.


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