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DINAMISMO AMERICANO
A revisão do desempenho da
economia norte-americana
promovida pelo Departamento de
Comércio reforçou o extraordinário
dinamismo no terceiro trimestre. A
taxa de crescimento anualizada do
Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA
foi ampliada de 7,2% para 8,2%.
Os gastos em consumo e em novas
residências foram responsáveis por
68% dessa expansão. As famílias
aproveitaram as restituições de impostos e os baixíssimos juros -descontando o deflator implícito do PIB
a taxa real fica negativa- para a troca de automóveis e construção de casas. Os gastos em bens de consumo
duráveis aumentaram 26,5%, impulsionando a indústria automobilística, que cresceu 43,2%, após três trimestres de contração. Os investimentos residenciais subiram 22,7%.
Também cresceram os gastos em
equipamentos e software (18,4%),
movimentando a indústria de informática. As vendas finais de computadores aumentaram 96,8%. Diante
disso, os lucros das corporações se
expandiram em 10,6%, após queda
de 5% no segundo trimestre. Esses
resultados podem corroborar as expectativas otimistas dos mercados financeiros, sobretudo nas Bolsas de
Valores, e impulsionar um ciclo expansivo sincronizado da economia
mundial. As estimativas para o crescimento do PIB norte-americano em
2004 giram em torno de 4%.
Todavia, alguns riscos ainda permanecem no horizonte. Os estímulos fiscais aos consumidores deverão
diminuir e provavelmente haverá
menor espaço para novos cortes tributários, dado o déficit fiscal. As taxas de juros deverão iniciar movimento de alta, a despeito da ameaça
de deflação -o índice de preço ao
consumidor não variou em outubro-, sob o risco de impulsionar a
formação de novas bolhas de ativos
financeiros e de imóveis.
Assim, os principais dinamizadores do crescimento atual -redução
de impostos e crédito barato - podem arrefecer. Além disso, a excessiva volatilidade das moedas internacionais prossegue despertando cautelas nas decisões econômicas.
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