 São Paulo, quinta-feira, 26 de dezembro de 2002 |
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PAINEL DO LEITOR Transparência no Brasil "A notícia de que o governo Lula apresentará no prazo de seis meses um plano de combate à corrupção, possivelmente elaborado no âmbito de uma Secretaria de Transparência Governamental, deve ser comemorada. Foi a Transparência Brasil que submeteu ao então candidato Lula um compromisso que ele assinou, em que se exprimia a necessidade de fazer do combate organizado à corrupção um objetivo estratégico do governo." Claudio Weber Abramo, secretário-geral da Transparência Brasil (São Paulo, SP) Combate à fome "Estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas classifica como indigentes 50 milhões da população brasileira (29,3% da total), em razão de uma distribuição de renda perversa. No caso da população infantil, a desnutrição causa sérios e irreversíveis danos à capacidade mental. A maioria das adversidades que enfrenta o segmento de baixa renda é resultado de não dispor de recursos suficientes para oferecer aos familiares uma alimentação adequada. Existem alternativas viáveis desenvolvidas por entidades governamentais e ONGs que poderão ser utilizadas com sucesso. O combate à fome não se limita à adoção de medidas para debelá-la. Deve criar condições para o surgimento de uma nação mais justa e humana, com distribuição de renda mais equânime em que todos adquiram a condição de plena cidadania." Cyro Gonçalves Teixeira (Poços de Caldas, MG) Ministério lulista "Em tempos de enxugamento do poder público, o presidente eleito Lula, cria e desmembra vários ministérios e secretários, com a intenção clara de acomodar seus "companheiros" petistas. O tão criticado nepotismo, agora vive a sua nova fase, o "nepetismo" ou "nepopetismo", à escolha é de vocês! Ou melhor, a escolha é do companheiro Lula." Miguel A. Garcia (São Paulo, SP) "Como filiado do PT há 18 anos, manifesto minha indignação à indicação do deputado estadual Anderson Adauto (PL-MG) para o Ministério dos Transportes. Lula acaba de premiar os desmandos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, que, durante o período em que Adauto foi presidente, pagou salários que variavam de R$ 70 mil a R$ 90 mil por mês aos deputados. O pior de tudo: sem conhecimento público. Todo mundo pensava que o subsídio era de R$ 16 mil. Nós, mineiros e petistas, exigimos maior representatividade no novo governo, mas por meio de políticos com carreiras pautadas pela ética e pela moral." Edmílson Firmino de Souza (Timóteo, MG) Salário polêmico "Um leitor se disse indignado, aqui no "Painel do Leitor" (pág. A3, nota "Salários e necessidades", 24/12), com o fato de Gilberto Gil ter afirmado que um salário de R$ 8.000,00 é muito pouco para o seu padrão de vida, com aquela velha demagoga citação de que o salário de R$ 200,00 do trabalhador é muito menor, como se o nosso consagrado artista tivesse culpa disso. É muito comum aparecerem pessoas criticando os salários de Ronaldinho, Romário, Ratinho, cantores e todos aqueles que chegaram ao sucesso em suas profissões. Quero dar uma sugestão: quem quiser ter o padrão de vida de Gilberto Gil que cante e tenha o talento que ele tem; se quiser ganhar igual a Ronaldinho e Romário, que jogue a bola que eles jogam. Chega de demagogia neste país." Alamar Régis Carvalho (São Paulo, SP) Esquecendo o passado "Lula tem muito a agradecer a Fernando Henrique Cardoso, que lhe preparou o terreno, quando nos pediu que esquecêssemos o que ele pensava antes de ser eleito. Em meados do ano passado, Lula dizia que estavam tentando impor ao vencedor da eleição a mesma lógica "deles", mas iria estabelecer a própria estratégica de desenvolvimento. Agora já estamos sentindo o que o seu ministério pretende fazer pelo país, que em nada se diferencia do governo anterior. Mudam-se as moscas, e o povo que se dane." Roberto Antonio Cêra (Piracicaba, SP) Impostos e decepções "Votei convicta em Marta Suplicy, acreditando em uma mudança para melhor. Hoje me sinto insultada ao ver nossa prefeita e o PT aumentando impostos e propondo novas taxas. Por que não vieram com essas idéias antes da eleição para presidente? Vivendo e aprendendo. PT também nunca mais." Maria Lucia Vaz Guimarães (São Paulo, SP) Longo alcance "No seu artigo de 24/12 ("No Natal, o resgate", Opinião, pág. A2), Eliane Cantanhêde resgatou parte da história da transição democrática ao lembrar as figuras dos deputados Airton Soares, José Eudes e Bete Mendes. Ao sentirem a importância política do voto em Tancredo, esses três ex-colegas desafiaram a cegueira política que dominava o PT na década de 80 e, por isso, foram alijados do partido. Só 20 anos depois o PT passou a entender o que os três já sabiam." Theodoro Mendes (Sorocaba, SP) Proteção ao trabalhador "Escrevo para comentar a reportagem "PF investiga comissões de conciliação" (Dinheiro, pág. B3, 22/12). O texto mostra que as Comissões de Conciliação Prévia servem apenas para sindicatos mal-intencionados e empresários de extrema má-fé prejudicarem os trabalhadores." Evandro Monteiro Kianek (Santo André, SP) Venezuela "Extraordinárias as imagens que nos chegam da Venezuela: garotões anabolizados enfrentando carros do Exército, moçoilas "grifadas" fugindo de balas de borracha, casais de aparência distinta experimentando o aroma pungente do gás lacrimogêneo. É a "revolução shopping center'! Todos, é claro, unidos por um ideal: fazer, pelo menos uma vez na vida, uma peregrinação a Miami. Consumistas unidos jamais serão vencidos!" José Alberto Marcondes Machado (Carapicuíba, SP) Desmanche do Santos "Brilhante o texto de José Roberto Torero ("Ser ou não ser", Esporte, pág. D3, 20/12). Partindo de uma ficção, ele descreve como teria sido o time do Santos se, em 1958, houvesse vendido os garotos prodígios Pelé e Pagão para quitar as dívidas do clube. Manter os craques, argumenta, é mais promissor e traz mais recursos a longo prazo do que resolver problemas financeiros imediatos com o desmanche do time. Essa é uma lógica de recursos humanos que se aplica em outras situações da vida contemporânea. Empresas consolidadas com quadros estáveis tendem a apresentar resultados mais satisfatórios que as não-consolidadas. Entretanto, no caso do nosso futebol, o comércio de jogadores virou uma prática que, em detrimento do time e de seu torcedor, parece privilegiar alguns poucos. Está na hora de os times pensarem um pouco mais a médio e longo prazo. Os exemplos do passado já são suficientes para a garantia de sucesso." Oscar Hipólito (São Paulo, SP) Boas-festas A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Antonio Paes, vereador (São Paulo, SP); Federação dos Professores do Estado de São Paulo (São Paulo, SP); Luiz Caetano Grecco Teixeira, secretário regional do Conselho Latino Americano de Igrejas - Secretaria Regional para o Brasil (Londrina, PR); Agaxtur (São Paulo, SP); Nina Marciano Comunicações (São Paulo, SP); Air Canada (São Paulo, SP); Durval Figueira e Mauricio Lacerda, Figueira, Lacerda Advogados (São Paulo, SP); Pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária - USP (São Paulo, SP); M&C Publicações (São Paulo, SP); Reale Advogados Associados (São Paulo, SP). Texto Anterior: Roberto Leal Lobo e Maria Beatriz Lobo: O risco do retrocesso Índice |
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