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MARCELO BERABA
O segundo turno no Rio
RIO DE JANEIRO - O principal objetivo do prefeito do Rio, Cesar Maia
(PFL), na eleição de outubro é evitar
o segundo turno, quando, sabe, será
formada uma ampla frente para derrotá-lo. Se o dia D fosse hoje, suas
chances de se reeleger ainda no primeiro turno seriam grandes. Todas
as pesquisas mostram uma confortável vantagem sobre todos os outros
candidatos. Mas o jogo mal começou.
O próprio prefeito reconhece as dificuldades que terá pela frente. "Neste
momento, a situação é muito favorável, mas também traz problemas.
Quando um candidato avança tanto,
ele passa a ser o adversário de todos.
A primeira prioridade de todos é produzir o segundo turno, e você passa a
receber críticas muito duras".
As oposições parecem estar afinadas com uma tese: a única chance de
haver segundo turno é o lançamento
do maior número possível de candidatos. Isso deve sepultar as políticas
de aliança para o primeiro turno e
criará uma frente anti-Cesar no segundo. A prefeitura é bem avaliada
(61% de ótimo/bom, segundo o Datafolha), mas ainda não experimentou
as "críticas muito duras".
Nesse jogo, há três candidaturas da
base de apoio ao governo federal que
reivindicam a chance de enfrentar o
prefeito: o senador Marcelo Crivella
(PL), bispo da Igreja Universal e eleito em 2002 com 3,2 milhões de votos,
sendo que 1,1 milhão no município
do Rio (cerca de 30% dos votos da cidade); Luiz Paulo Conde, ex-prefeito
e candidato do PMDB, e Jorge Bittar
(PT), o candidato do Planalto.
A situação mais sólida é a do bispo
Crivella, que está em segundo nas
pesquisas e também tem a simpatia
de Lula, a quem ciceroneou na África. Conde é bastante conhecido, mas
já perdeu uma eleição para Cesar e
viverá a emoção de ser candidato de
um partido de feudos. Bittar vai tentar compensar a perda de prestígio
do PT carioca com carinhos de Brasília e com promessas de investimentos
federais.
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