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SEM EMPREGO
O desemprego continua em
nível elevado, como mostrou a
pesquisa mensal divulgada anteontem pelo IBGE. A taxa nacional atingiu 12% em fevereiro, contra 11,7%
em janeiro. Embora a quantidade
dos que trabalham tenha permanecido estável, mais pessoas procuraram
emprego, o que ocasionou a pequena elevação do índice. É um detalhe
diante da constatação de que o mercado de trabalho vive uma situação
terrível. Uma série de fatores, entre
os quais o baixo padrão de crescimento e as mudanças no perfil da
produção econômica, conspirou,
nos últimos anos, para criar o alarmante quadro atual.
Dados da Seade (Fundação Sistema
Estadual de Análise de Dados) relativos à região metropolitana de São
Paulo contam de forma dramática a
história dessa mudança de patamar:
a partir de 1990 desaparecem os índices anuais de desemprego abaixo de
10%, algo que ainda se verificava nos
anos anteriores. Ao longo da última
década, os indicadores elevaram-se
rapidamente e passaram a girar em
torno dos 20% no maior centro industrial do país. O comportamento é
análogo em outras regiões metropolitanas. O alto desemprego tornou-se um drama nacional, em que pesem bolsões de prosperidade, como
o agronegócio.
São conhecidos os reflexos sociais
que têm acompanhado a deterioração do mercado de trabalho e do rendimento dos trabalhadores, a começar pelo aumento da criminalidade.
Não por acaso, o desemprego foi um
dos temas centrais da última campanha eleitoral para a Presidência. Todos os candidatos se apresentaram
como capazes de enfrentar o problema, mas foi o líder do Partido dos
Trabalhadores quem venceu, prometendo fazer da geração de empregos
uma verdadeira "obsessão".
Até aqui, no entanto, as iniciativas
nesse sentido têm sido pífias, como
demonstra o retumbante fiasco do
programa Primeiro Emprego. É certo que não há solução imediata para
o problema, mas é preciso que o governo faça o que está a seu alcance. É
urgente que a economia ingresse numa trajetória de crescimento sustentado e que se implementem políticas
voltadas para o estímulo dos setores
que mais empregam.
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