São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 2006

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Voto
"Em referência ao artigo de ontem de Fábio Wanderley Reis acerca do voto secreto no Congresso ("Tendências/Debates"), gostaria de destacar os seguintes pontos: 1) Embora o voto secreto seja uma conquista democrática, ele assim foi instituído para o eleitor individual, o cidadão brasileiro; 2) O voto do político não é propriamente dele, pois ele foi eleito para representar a população. Desse modo, seu voto não deve "eventualmente" levar em conta o interesse maior da coletividade. Ele deve levar "principalmente" esse interesse; 3) No momento atual, em que há uma significativa crise moral envolvendo a classe política, é preciso ter a coragem de tomar decisões que tornem mais transparente o funcionamento do Poder Legislativo. Espero, sinceramente, que o voto no Congresso se torne público. Afinal, se no processo de "impeachment" de Collor tivesse sido diferente, será que as coisas teriam ocorrido do mesmo modo?"
Dolores Araújo (Salvador, BA)

Nossa Caixa
"A Folha insiste em distorcer a verdade. Não é verdadeira a informação de que "o BC inabilitou Lima para dirigir instituição financeira por um ano" ("Ex-presidente do banco nega irregularidades", Brasil, 25/4). O processo foi arquivado por unanimidade. Minha gestão no banco foi marcada pela adoção de práticas de gestão que privilegiam a transparência, a participação e melhores práticas de governança corporativa. Implantei o regime de diretoria colegiada com todos os diretores em um mesmo ambiente, local onde despachava com diretores e gerentes de forma recorrente e aberta. É absolutamente inverídica a dificuldade de acesso a mim, afirmação atribuída ao senhor Jayme Castro Júnior. Não houve nenhum tipo de interferência indevida -interna ou externa- na formalização de contratos, os quais têm rito formal e são sujeitos ao regime de alçadas do banco. Não é verdade também que eu soubesse que o ex-gerente de marketing -auditor de carreira e a quem cabia a conformidade contratual e operacional- não tinha tomado providências para a renovação dos contratos com as empresas de publicidade, os quais deveriam ser encaminhados aos comitês e à diretoria colegiada para aprovação. Criamos e mantivemos uma agenda de trabalho transparente. A instituição para onde fui quando deixei a Nossa Caixa jamais incluiu nas minhas atribuições a quebra do monopólio dos lotéricos da CEF, notícia, aliás, requentada. Assumi a unidade de financiamento a veículos. É fantasiosa e descabida a comparação com a CPI dos Bingos, instalada em 2005. Até hoje não há um relatório definitivo. É maldosa a tentativa de envolvimento do senhor Waldin na CPI do Narcotráfico, pois a questão se refere à tempestividade de remessa de informações. Meus ex-colegas de diretoria, assim como o quadro funcional do banco, são competentes e comprometidos com os objetivos sociais, institucionais e financeiros da empresa, que tem vivido uma bem-sucedida transformação -o que pode ser testemunhado pela própria imprensa."
Valdery Albuquerque, ex-presidente da Nossa Caixa (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Frederico Vasconcelos- Waldin Rosa de Lima, que trabalhou na Nossa Caixa em 2003, como chefe-de-gabinete do missivista, sem vinculação formal, teve a inabilitação por um ano transformada em arquivamento somente em 21 de janeiro de 2004, na 233ª sessão do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (Acórdão/CRSFN 4679/04).

Arte erótica
"Em relação ao texto "Censura a arte viola a Constituição, afirma Gil" (Cotidiano, 26/4), gostaria que o ministro respondesse: o que é pior, ferir a Constituição ou ferir o bom senso, constranger pessoas e crianças, desrespeitar um objeto religioso e expor pessoas ao ridículo mostrando uma pseudo-arte que usa de qualquer meio para aparecer? Merecemos mais respeito e bom senso em vez da invocação de leis para justificar porcarias."
Arnaldo Comerlati (São Paulo, SP)

Marketing político
"Em relação ao artigo "Marketing político: a piada do sofá", de Antonio Melo ("Tendências/Debates", 26/4), venho reiterar seus argumentos. O marketing político, tratado com a alcunha da corrupção, transformou-se no grande culpado das desventuras políticas nacionais. Nada mais inconsistente e primário. Ele é, na sua essência, uma ferramenta de manutenção da democracia, e a analogia feita por Antonio Melo entre as campanhas eleitorais e o Tribunal do Júri, para mim, descreve perfeitamente sua importância. Qualquer medida que vise cercear a liberdade de expressão nada tem de democrática."
Gil Castillo, diretora de relações públicas da Associação Brasileira de Consultores Políticos (São Paulo, SP)

Lightpar
"Há equívocos nas informações dadas pela Eletrobrás à Folha e publicadas no texto "Após denúncias, Lightpar decide cortar funcionários" (Dinheiro, 25/4). De fato, saí da Lightpar no fim de outubro, e não em dezembro. E a redução do número de funcionários de 28 para 13 foi feita durante a minha administração. Aliás, em outubro, ao sair, deixei apenas oito funcionários. No início de novembro, já sob a nova administração, o presidente da Eletrobrás mandou aumentar para quatro o número de diretores da Lightpar, especialmente para empregar dois correligionários seus de Minas Gerais. E o presidente da Lightpar que foi demitido na segunda-feira (dia 24) empregou dois assistentes, ganhando R$ 10.800,00 cada um. Numa carta que enviei ao ministro das Minas e Energia no começo de outubro (citada pelo repórter Fernando Canzian em reportagem publicada em fevereiro), eu tinha proposto que ficassem apenas dois diretores. Pelo que relatam altos funcionários da Eletrobrás, o presidente da empresa, senhor Vasconcelos, só tomou as providências descritas na reportagem publicada ontem no caderno Dinheiro depois que o ministro das Minas e Energia leu a reportagem publicada em fevereiro e "puxou-lhe as orelhas"."
Joaquim de Carvalho (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".

Trânsito
"Na edição de ontem, no caderno Cotidiano, apresentou-se projeto que visa aumentar o fluxo de veículos, mormente caminhões, na avenida Bandeirantes. Entre as medidas propostas, diminui-se o número de acessos, gerando bolsões (ruas sem saída), que sempre constituem espaços agradáveis por eliminar o tráfego de passagem. Contudo esse é apenas um detalhe. O essencial da proposta parece-me inoportuno, pois, para aliviar a avenida Bandeirantes e realizar a ligação com as rodovias do litoral, já foi prevista a avenida Roberto Marinho (Água Espraiada), cuja ponte, em construção, e extensão até a rodovia dos Imigrantes, já iniciada, constituem operação urbana para a qual até já foram captados recursos através da emissão de Cepacs. Apesar disso, a obra está parada. Depois de completadas a avenida Roberto Marinho e as pontes de travessia sobre o Pinheiros, o tráfego da Bandeirantes estará aliviado e será possível até proceder a suas melhorias sem excessivos traumas. É lamentável que a atual gestão não prossiga com as diretrizes de estrutura viária constantes da lei do Plano Diretor Estratégico."
Jorge Wilheim, ex-secretário municipal de Planejamento Urbano (São Paulo, SP)


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