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São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Cuba
"Já que o presidente Lula se dispõe a ser o líder mundial dos fracos e oprimidos e, ao mesmo tempo, apresenta-se como forte candidato ao Prêmio Nobel da Paz -o que seria uma enorme honra para o Brasil-, por que não demonstra essa disposição saindo do lugar-comum dos discursos e indo para a prática? Um momento oportuno é a sua visita a Cuba, onde poderá convencer o seu amigo, o ditador Fidel Castro, a democratizar o seu país, a respeitar os direitos humanos, a não mais perseguir ou enviar para o paredão aqueles que são contrários ao seu governo ou dissidentes e a abrir definitivamente os seus portos a todos quantos desejarem deixar o país, em busca de uma vida, digamos, livre, com oportunidades, justa e melhor."
David Neto (São Paulo, SP)

Câmara
"A edição da entrevista do presidente da Câmara, João Paulo Cunha, publicada ontem na pág. A5 da Folha de São Paulo ("João Paulo admite práticas não-ortodoxas'), não corresponde aos fatos. Não é fiel às respostas dadas pelo presidente da Câmara aos repórteres Raymundo Costa e Ranier Bragon. O jornal se valeu da edição para descontextualizar o que foi dito pelo entrevistado. Não houve nenhuma negociação com recursos públicos destinada a aprovar, na Câmara, as reformas tributária e previdenciária. Tudo ocorreu de forma correta e dentro da normalidade das execuções orçamentárias. A palavra "cooptação" foi utilizada pelo repórter, mas o editor imputou-a ao presidente para justificar a união espontânea de parlamentares a um governo forte e que surpreende o país pelo poder de convencimento de suas teses. O critério editorial pertence ao jornal, mas não é demais esperar que a Folha mantenha dentro do contexto as opiniões emitidas pelos seus entrevistados. Isso vale sobretudo para os títulos das reportagens."
Arlete Milhomem, assessora de imprensa da Presidência da Câmara dos Deputados (Brasília, DF)

Oriente Médio
"A carta de recusa a ataques em territórios palestinos, subscrita por 27 pilotos israelenses e enviada ao comandante da Força Aérea do país, reflete a preocupação de toda a sociedade israelense com a morte de civis palestinos. Diferentemente do que ocorre em Gaza e na Cisjordânia, em relação à morte de judeus, a morte de civis palestinos não é recebida em Israel com comemorações e distribuição de docinhos, mas com muita tristeza. A imensa maioria da população de Israel vê os palestinos só como seus inimigos, mas não os odeia. Não há coisa que o israelense mais gostaria na vida do que poder viver em paz com seus vizinhos, se isso lhe fosse possível. Sabedores disso, os terroristas palestinos fixaram suas bases em áreas densamente populadas, para se utilizarem das pessoas ao seu redor como verdadeiros escudos humanos para suas atividades."
Jorge A. Nurkin (São Paulo, SP)

 

"Quero parabenizar esta Folha, que tem reconhecido a importância das idéias defendidas pelo professor Edward Said. Corajoso e ousado na defesa de suas posições, conhecia a história do Oriente Médio, bem como a cultura política dos israelenses e palestinos. A notícia de sua morte é desalentadora, ainda que sua obra já seja definitiva."
Marilia Schneider, profa. de história da Unicid (São Paulo, SP)

Conselho de Segurança
"Com relação a nota publicada na página A8 em sua edição de ontem, referente a uma suposta disputa por uma vaga no Conselho de Segurança da ONU ("México disputará com Brasil vaga em conselho'), gostaria de informar aos inúmeros leitores da Folha que, durante sua visita de trabalho ao México, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu com o presidente mexicano, Vicente Fox, que impulsionariam juntos uma reforma da ONU e, nesse contexto, uma reforma do Conselho de Segurança que expressasse de maneira democrática as novas realidades do mundo. O clima da reunião entre os dois mandatários foi de grande cordialidade e criou uma sinergia positiva para fortalecer o multilateralismo."
Alejandra Garcia Brahim, encarregada de Negócios da Embaixada do México (Brasília, DF)

Alívio
"Gostaria de expressar o alívio que senti ao ler, na Primeira Página da Folha de ontem, a anulação da condenação de Amina Lawal. Viva os direitos humanos! Creio que campanhas como a feita pela internet, pedindo a anulação do apedrejamento, possam contribuir positivamente em muitas outras situações. Que cada um saiba usar essa maravilha da tecnologia para a realização do bem, e não da destruição -do intelecto, da dignidade, dos direitos individuais."
Ana Cristina N. Sasaki (São Paulo, SP)

Álcool
"O secretário José Goldemberg, ao defender o plantio do álcool, mencionando que esse combustível polui menos que os derivados do petróleo ("Álcool e as mudanças climáticas", pág. A3, 25/9), esqueceu-se da imensa poluição causada pelas queimadas da cana-de-açúcar, além dos danos irreparáveis ao meio ambiente."
Braz Ferraz Carlomanho (Piracicaba, SP)

Educação
"Fiquei surpreso ao ler, no dia 24/9, a reportagem "Ministro agora sugere apitaço por mais verbas" (Cotidiano, pág. C8), assinada por Ranier Bragon. A reportagem está completamente fora do contexto da palestra do ministro Cristovam Buarque, apesar do fato de as frases isoladas terem sido ditas. Em nenhum momento o ministro "sugeriu" a quem quer que fosse um "apitaço por mais verbas", como afirma o título. Para refrescar a memória do repórter: um estudante disse a Cristovam Buarque que organizaria um apitaço na Esplanada dos Ministérios em favor da educação e ainda questionou se os ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda) e José Dirceu (Casa Civil) estariam dispostos a ouvir a manifestação. A resposta de Buarque foi essa mesma, publicada no dia 24 e reproduzida agora: "O José Dirceu não estaria disposto a ouvir apito? Claro que está. Pode até não ceder aos apitos, aí é uma questão política". Como se pode ver, é muito diferente "convocar um apitaço" de afirmar que o ministro José Dirceu estaria disposto a ouvir um protesto."
Luís Jorge Natal, coordenador de Comunicação Social do Ministério da Educação (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Ranier Bragon - A reportagem não diz que o ministro "convocou" o apitaço, mas que o incentivou e que sugere manifestações desse tipo ao estimular e considerar eficiente o mecanismo.

Fato consumado
"Mais uma vez, vai prevalecer a política do fato consumado. Primeiro, os produtores já tinham plantado soja transgênica, então, liberaram essa safra, "só essa". Agora, os gaúchos compraram sementes transgênica, então, vão deixar plantar. Assim o Brasil vai indo pro brejo; deixem ir. Só que depois não vale reclamar, como fazem hoje em São Paulo os que sempre defenderam a zorra total. Construíram prédios altos onde não podiam... Mas, já que construíram, as autoridades deixaram. Abriram comércio, fábricas e botecos barulhentos onde não deviam... Mas, já que estava aberto, deixa. Agora, todo mundo reclama, mas o fato está consumado. "Não tem mais jeito.' Então, se é pro país virar uma bagunça, que vire, mas que ninguém reclame depois. Pelo menos não os que querem essa bagunça, o que inclui a maior parte da imprensa."
Mouzar Benedito (São Paulo, SP)

Esperança
"Belo e triste o texto de Roberto Romano ("Sacrifício do intelecto", pág. A3, 24/ 9). Belo pela linguagem poética com que envolveu tema tão difícil; triste porque deu o golpe final na esperança que tínhamos no governo Lula."
Antonio Carlos Viana (Aracaju, SE)

Casamento da prefeita
"As senhoras Marta Suplicy e Cosette Alves são ambas mulheres brilhantes e respeitáveis. Não concordo, porém, com os termos da carta de Cosette Alves, na Folha de ontem ("Casamento da prefeita 2", pág. A3). A prefeita Marta Suplicy sempre expôs publicamente sua vida privada. Construiu a carreira política anunciando o "harmonioso" casamento com o notável senador Eduardo Suplicy. Ao lado do então marido, conduziu toda a campanha para se eleger prefeita de São Paulo. Só depois de eleita, constatou que era tudo "hipocrisia". A festa do casamento da prefeita também é um acinte, quando o governo petista impõe arrochos financeiros a trabalhadores, servidores públicos e aposentados."
Rogério Medeiros Garcia de Lima (Belo Horizonte, MG)

Baixaria
"Empresas públicas, como Petrobras e o Banco Central, deveriam ter critérios de responsabilidade social para suas ações de "merchandising", para não ter de, espertamente, suspendê-las quando o podre atinge as narinas de todos, como aconteceu em relação ao programa do Gugu. Quem anuncia em programas como aquele patrocina a baixaria."
José Paulo Ferrer (São Paulo, SP)

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