São Paulo, sábado, 27 de outubro de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Aborto e violência
"É, no mínimo, execrável o ponto de vista do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), acerca do aborto.
Como é que pode um ser humano pensar no direito de ceifar a vida de inocentes e indefesos como uma política pública e um método para redução na criminalidade?
Seria mais justo e sensato do ponto de vista ético, moral, social e, até mesmo, humano investir e incentivar políticas capazes de tirar as crianças da rua e de reduzir os crescentes níveis de criminalidade.
Essa maneira de pensar -nem sei se esse é um ato pensado- faz com que nossa sociedade regrida a épocas em que os homens usavam tacape e arrastavam suas mulheres pelos cabelos.
Não é por meio de um método assassino e desumano que teremos uma sociedade menos violenta. E os crimes não partem só das camadas mais pobres da sociedade."
ALEXANDRE J. NOBRE (Maceió, AL)

"O governador Sérgio Cabral, ao expor suas idéias, me fez pensar em uma proposta para o problema de marginalização no Brasil.
Seriam as seguintes: 1) castração de todos políticos julgados corruptos; 2) que toda política grávida considerada culpada por corrupção seja obrigada a praticar o aborto; 3) que toda esposa de político, cujo marido seja considerado culpado por corrupção, seja obrigada a abortar; 4) que todo político que rouba a nação seja obrigado a praticar o haraquiri.
Considero a última medida a mais eficaz de todas, pois elimina o mau na sua raiz.
Agora, falando sério. Acho lamentável uma pessoa que ocupa um cargo público tão importante dar esse tipo de solução para a diminuição da criminalidade.
O governo tem de dar condições para que as famílias possam tomar decisões do que fazer com seus filhos."
FERNANDO DOS SANTOS BARROS (São Paulo, SP)

"Quero parabenizar o governador Sérgio Cabral por sua coragem e dedicação no combate à criminalidade e, principalmente, por sua posição em relação ao tema "controle de natalidade e aborto".
Chega de hipocrisia -tanto da sociedade como da igreja.
O controle de natalidade sobre a população carente e miserável é assunto sério, e é por aí que começa uma sociedade e uma nação com condições de dar saúde, educação e segurança. Na década de 70, o projeto Bemfam, tentou efetuar ligaduras na rede pública, mas devido à hipocrisia e à falta de responsabilidade social de algumas facções e da igreja, não logrou êxito. Certamente nós, da classe média, não estaríamos pagando tanto imposto e morrendo assassinados nas portas de nossas casas.
Ter filhos é um direito de todos; criá-los é um dever decorrente; quem não cumpre seus deveres simplesmente perde seus direitos"."
ADMYR CONSANI (São Paulo, SP)

"Concordo com Sérgio Cabral. As gestantes, quando se conscientizam de que seus filhos não terão o café da manhã, o almoço e o jantar prometidos por Lula, quando vêem que seus filhos não terão as escolas prometidas a elas por Lula, que não terão saúde, enfim, que sabem que seus filhos não terão a menor chance de competir no tal "mundo globalizado", devem ter uma segunda chance. A descriminalização do aborto, nesse caso, é a saída.
Só não concordo com Cabral quando ele diz serem as favelas fábricas de marginais. Para mim, a tal fábrica de marginais está no Planalto, com filiais no Congresso, nas Assembléias, nas Câmaras Municipais e nos palácios dos governantes."
JOSÉ MAURÍCIO DE ALMEIDA (São Paulo, SP)

Juízes e promotores
"Sobre a manifestação da leitora Sandra Moraes ("Painel do Leitor" de 23/10), gostaria de ressaltar que os concursos para juízes e promotores são rigorosos. E neles há avaliação oral, psicológica e psiquiátrica.
Toda instituição é composta por pessoas vindas da sociedade, portanto, qualquer questionamento deve também passar pela avaliação de se nós, integrantes da sociedade, não estamos falhando na geração dos resultados dessa sociedade.
Acredito que uma atitude indevida de uma pessoa que integra alguma instituição não possa servir para questionar todo o funcionamento dessa instituição."
LUIZ GONZAGA MENDES MARQUES (Campo Grande, MS)

Lula e empresários
"É claro que os empresários "emudeceram" depois da conversa com Lula. Depois de ficar demonstrado que nunca se ganhou tanto dinheiro no Brasil, ficou claro que, nessa história, só quem perde é o consumidor, que paga as contas.
Todo o custo dos tributos -incluindo o da CPMF- é repassado ao preço final dos produtos. E o empresariado e o governo saem "bonitos". É só ganho e alegria. O cidadão comum, o consumidor, não tem poder, não tem voz, não tem vez."
CRISTINA ROCHA AZEVEDO (Florianópolis, SC)

Padre Júlio
"A respeito de recentes reportagens sobre a atuação de padre Júlio Lancellotti, informações são pinçadas aqui e ali para passar uma imagem equivocada do padre Júlio, quando, na verdade, o que ele fez foi tão-somente se exceder na sua bondade para ajudar ex-internos da Febem, os quais, além da ajuda, passaram a violentá-lo com ameaças, as mais variadas, tornando a sua vida, ao esgotarem-se os recursos que amealhara, difícil de ser vivida.
A partir desse momento, o padre Júlio pediu o auxílio do governador Geraldo Alckmin e levou suas queixas ao Ministério Público, que iniciou, há quase um ano, processo penal por crime de extorsão (art.158, do Código Penal) contra os responsáveis pelas violências sofridas pela sua vítima. Isso não foi nem sequer noticiado.
Os jornais estampam a notícia de que "a ONG Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto será submetida a uma investigação", quando, em nota de esclarecimento da direção daquela ONG, resta claro que o padre Júlio -e aqui a insinuação- não tem acesso ao movimento financeiro da organização.
O padre Júlio é uma das figuras emblemáticas da defesa dos direitos humanos no Brasil. É assim conhecido também no exterior. Notícias que buscam o sensacionalismo e que, na verdade, concorrem para engrossar a campanha cotidiana contra os direitos humanos não servem à verdade e à democracia, mas concorrem para o aumento da violência no país."
HÉLIO BICUDO, presidente do Centro Santo Dias de Direitos Humanos e da Fundação Interamericana de Direitos Humanos (São Paulo, SP)

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