|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Editoriais
editoriais@uol.com.br
Queda persistente
O VOLUME de crédito doméstico voltou a aumentar em novembro, quando
atingiu R$ 1,2 trilhão, segundo o
BC -o equivalente a 40,3% do
Produto Interno Bruto (PIB). O
estoque de empréstimos cresceu
32,8% nos 12 meses encerrados
em novembro e 29,2% nos primeiros 11 meses do ano.
Infelizmente, esses dados
mascaram o desempenho do crédito, que vem se deteriorando rapidamente. Em novembro, o fluxo de operações de crédito com
recursos livremente pactuados
entre os agentes foi 9,4% menor
do que em outubro. Todas as modalidades de crédito tiveram
queda, com exceção dos Adiantamentos sobre Contratos de
Câmbio (associados às exportações) e do chamado "hot money"
-dinheiro de curtíssimo prazo
destinado às empresas.
Para as pessoas físicas, as concessões para a aquisição de bens
registraram em novembro retração de 18,8% sobre outubro e de
55,1% sobre novembro de 2007.
Para as pessoas jurídicas, essas
concessões caíram 37,4% de outubro para novembro.
Os bancos não só reduziram os
empréstimos como elevaram os
juros. No cheque especial a taxa
subiu para 174,8% ao ano, o
maior patamar desde 2003.
Já o prazo médio das operações evoluiu na direção contrária, agravando a situação para
quem toma empréstimos. Para
as pessoas jurídicas caiu a 305
dias. Para as pessoas físicas diminuiu para 482 dias.
Diversas medidas já foram implementadas pelas autoridades
visando conter o movimento de
retração nos empréstimos: redução dos depósitos compulsórios,
alteração nas regras relacionadas aos créditos tributários, garantia de empréstimos por meio
do Fundo Garantidor de Crédito
etc. Até novembro elas claramente foram insuficientes.
Cabe ao Executivo, no entanto,
garantir que o sistema financeiro
cumpra adequadamente suas
funções de ofertante de crédito.
Para estimular a retomada dessas operações, as autoridades deveriam reduzir ainda mais os
compulsórios -que ainda estão
entre os mais elevados do mundo. E deveriam começar, logo, a
reduzir a taxa básica de juros.
Texto Anterior: Editoriais: Obama e as Américas Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: Feliz 2008. Ou 2011? Índice
|