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PAINEL DO LEITOR
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Caso Sean
"Concordo com os leitores pró-pai de Sean. Bom ou ruim, feio ou
bonito, é o pai do menino. E pai não
se escolhe, é carma, se vivencia e
tem uma razão de ser (ao menos para os que têm fé espiritual). Por piores que sejam nossos pais, sempre
os amamos e é visível a felicidade do
menino ao lado do pai. Não se vê,
como noticia a família dele no Brasil, tristeza ou choro. É claro que
aqui não se discute o sofrimento da
família brasileira, mas o pai do menino também não sofreu?
O que choca é o tratamento que a
imprensa vem conferindo ao caso,
obviamente movida pelo "circo" que
a família brasileira tenta fazer. E a
disputa não é entre Brasil e EUA,
mas sim entre uma família brasileira e um homem americano."
RICARDO MAIA RANGEL (Brasília, DF)
Judiciário
"A rapidez com que a família da
mãe do menino Sean Goldman conseguiu, há cerca de cinco anos, a
guarda legal dele (em desrespeito à
clara legislação internacional) e as
protelações judiciais subsequentes
são um retrato acabado do nosso
paquidérmico e pomposo sistema
judiciário. Faz parte desse mesmo
quadro a constatação de que, no
chamado período de festas, a grande maioria dos brasileiros só tem
direito a alguns dias de feriado, ao
passo que todo o Judiciário não trabalhará até 7 de janeiro. Isso sem falar nas férias de 60 dias a que só os
juízes têm direito. A enorme parcela trabalhadora e decente da população brasileira precisa expressar
claramente sua vontade de terminar com a perpetuação dessas práticas injustificáveis."
CLAUDIO JANOWITZER (Rio de Janeiro, RJ)
"O Judiciário brasileiro mais se
assemelha às novas igrejas evangélicas, são milhares, todas fundamentadas na Bíblia, cada uma com
sua doutrina e, não raro, opostas
entre si, mas tudo baseado de modo
claro na Bíblia. Quando algo não está muito claro, o líder religioso faz
uma nova e particular interpretação de algum trecho da Bíblia e assim fica tudo explicado e justificado
(sem questionamentos)."
ERALDO CESAR DO CARMO (Belo Horizonte, MG)
Contrastes
"De há muito não tinha duas sensações tão díspares em relação à
Folha: o certeiro artigo de Contardo Calligaris ["Lembranças de César Benjamin", 10/12], que dignifica
o espectro às vezes instável de seus
cronistas, contrasta com o suspeito
silêncio sobre a notícia de superfaturamento da FGV. Os leitores merecem o primeiro, mas repudiam a
falta de esclarecimentos sobre o segundo.
Nada obstante, felizes festas a todos e 2010, como disse a psicóloga
Sandra Jovchelovitch ["Há simetria
entre o comportamento da população e o dos políticos no Brasil", "Entrevista da 2ª", 7/12], sem apropriação do espaço público, ops!, da corrupção."
CAETANO LAGRASTA NETO , desembargador (São
Paulo, SP)
Ambiente
"O editorial da Folha ["Questões
de culpa", 25/12] foge à mesmice
das opiniões sobre a decepção com
a cúpula do clima em Copenhague.
"Apesar do impasse final em Copenhague, poucas vezes terá havido a
oportunidade, em primeiro lugar,
de se ver tantos líderes mundiais
envolvidos pessoalmente numa
discussão." Esse é o ponto principal.
Os participantes podem não ter
resolvido nada de mais consistente,
mas só o fato de estarem na presença uns dos outros em torno de
questão vital para o futuro da humanidade já representa um primeiro passo. A imprensa só gosta de
noticiar "resultados" palpáveis. Precisaria estar antenada para perceber os processos de longa mutação.
E é isso que o editorialista faz, merecendo aplausos pela sua clarividência.
Corria na Grécia anterior a Homero um provérbio que todo jornalista deveria conhecer: "Os moinhos
dos deuses moem devagar"."
GILBERTO DE MELLO KUJAWSKI
(São Paulo, SP)
"Perspicaz a observação de Marcelo Leite ["É preciso substituir o
caduco sistema da ONU", Ciência,
20/12] de que as discussões sobre o
clima não podem progredir muito
dentro do quadro da ONU com 193
países envolvidos, dos quais apenas
10 ou 15 representam 80% das
emissões. O atual sistema da Convenção do Clima lembra a OMC e o
GATT, em que decisões são tomadas por consenso, o que significa
que a maioria das decisões não é tomada. Eu já havia percebido isso
em 1992 e tentei atribuir obrigações de redução a todos (proporcionalmente à contribuição), o que
não funcionou.
Em 1997 foi adotado o Protocolo
de Kyoto, que dividiu os países em
Anexo 1 e não Anexo 1, o que acabou se mostrando uma péssima
ideia. Minha impressão é que nos
encaminhamos para três anexos:
Anexo 1 (países industrializados
com metas fortes); Anexo 2 (emergentes com metas fracas); e Anexo
3 (menos desenvolvidos sem metas)."
JOSÉ GOLDEMBERG , físico, ex-reitor da USP e ex-secretário do Meio Ambiente (São Paulo, SP)
Natal
"Foi um grande prazer ler as palavras de dom Geraldo Lyrio Rocha
nesta sexta-feira ["Natal: uma luz
resplandeceu", "Tendências/Debates']. Não somente as dele como as
das sagradas escrituras que menciona. Gostaria de dar uma breve
continuidade e dizer que neste ano,
em especial, o Natal simboliza a esperança. Na história, seus personagens, a partir do anúncio do anjo a
Maria, tiveram esperanças de ver e
presenciar as promessas dos céus
na terra, que se concretizam com o
nascimento do filho de Deus, Jesus
Cristo. Mas, nos dias atuais, a esperança passou de um simples sentimento a uma poderosa força na sociedade, tanto que saiu dos livros de
autoajuda e passou a integrar um
infalível marketing político.
Manteve os cidadãos aparentemente ativos num quadro de crises
não somente econômicas como
também pessoais: desemprego, insegurança familiar, vulnerabilidade
emocional. Entramos e saímos de
recessões e depressões acompanhados de uma imperceptível semente de esperança. Portanto, façamos do Natal a comemoração do
nascimento do Salvador juntamente com a renovação da esperança
para que 2010 seja um ano de realizações."
FERNANDA RODRIGUES (São Paulo, SP)
Prédios mais verdes
"Sobre a reportagem "Prefeitura
exige mais verde em prédios novos"
[Cotidiano, 22/12], a portaria é
muito importante. Medidas como
essa, somadas ao aumento de verde
nas áreas públicas, fazem a diferença em uma metrópole que precisa
se preparar para as mudanças climáticas. Quem dera isso tivesse sido pensado 30 anos atrás."
RICARDO HENRIQUE CARDIM , Associação dos Amigos das Árvores de São Paulo (São Paulo, SP)
Boas-festas
A Folha agradece e retribui os
votos de boas-festas recebidos de:
Luiz Nusbaum (São Paulo, SP);
Rubens Caldari, presidente da Associação Comunitária do Bairro
São Dimas (Piracicaba, SP); Moked
do Brasil (São Paulo, SP); Alex de
Lima, coordenador de pesquisa e
pós-graduação da FMU/SP (São
Paulo, SP); José Maria Cancelliero, presidente e Leila Ofélia, assessora de imprensa do Centro do Professorado Paulista (São Paulo, SP).
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