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 São Paulo, terça-feira, 28 de janeiro de 2003 |
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PAINEL DO LEITOR Mais do mesmo "Acho que fiz uma besteira. Encurralado pela fome de esperança -sim, Fernando Henrique nos remeteu a um programa inédito, o Esperança Zero-, votei em Lula. Agora, como num sonho às avessas, Lula Cardoso se mistura com Fernando Henrique da Silva e o homem sem diploma acaba brilhando mais que o sociólogo cheio de títulos. Quanto às mudanças, foram embora os Malans e entraram os Paloccis e tudo está na mais perfeita ordem. Não há dúvidas: os políticos são todos iguais." Wilson Gonsalez (Garça, SP) Torta ""Lula não representa a gente em Davos. As pessoas das ONGs, nas ruas, representam." Esse foi o discurso da manifestante que jogou torta em Genoino. Enquanto os meus olhos passam pela notícia, deixo que uma onda de tristeza afogue o meu peito em indignação. Como alguém pode acusar o "nosso Lula" (que está cheio de boas idéias e intenções), enquanto a única atitude que consegue ter é totalmente banal? De que serve uma torta na cara? Que venham críticas, sim, para isso defendemos a liberdade de expressão, mas que elas sejam coerentes ou ao menos criativas e empreendedoras. Além disso, existe uma hierarquia que deve ser tratada não com obediência cega, mas com respeito. Se não o fizermos, estaremos negando a capacidade de respeito a qualquer semelhante." Maria Cristina Ribeiro da Silva (São Paulo, SP) 
"Como sempre, vão atribuir a responsabilidade pela torta que Genoino tomou na cara à ala radical do PT. À ala que não está gostando do que estamos vendo no início do governo Lula, ou seja, o encabrestamento vergonhoso do PT. Vão chamar de incendiários os que não estão gostando da falta de vergonha desse PT que, como o defenestrado Fernando 2º, só falta dizer para esquecermos tudo o que o partido sempre pregou. Infelizmente, vamos continuar contraindo empréstimos para pagar dívidas que nem sabemos como foram feitas e a sustentar com impostos extorsivos uma oligarquia política asquerosa, que rasteja e compromete o país para não perder as benesses que sempre usufruiu." Silvio de Barros Pinheiro (Santos, SP) Língua mãe "Excelente a reportagem da Folha de ontem informando que Lula é a primeira pessoa que fala português no Fórum de Davos. O mundo lusófono se orgulha de ter pelo menos um representante com coragem para impor o idioma português diante de uma platéia hostilmente hegemonizada pelo capital e pelo idioma inglês." Lázaro Curvêlo Chaves (São José do Rio Pardo, SP) Direito adquirido "É preciso colocar um mínimo de bom senso na desvairada discussão sobre a reforma da Previdência. Compreende-se que Forças Armadas, magistratura e funcionalismo público pretendam conservar suas aposentadorias como estão hoje, mas não podem se esquecer de que é melhor entregar os anéis do que ficar sem os dedos. Com efeito, mantido o atual estado de coisas, em 30 anos o déficit da Previdência alcançará 61% do PIB e ninguém receberia aposentadoria nenhuma, por absoluta falta de recursos. Fica assim evidente o bizantinismo da discussão em torno dos "direitos adquiridos", pois o Estado falido, se tivesse que pagar a enorme massa de aposentadorias, não teria como pagar os salários do pessoal da ativa." Hélio de Lima Carvalho (São Paulo, SP)
"Quando se compara o sistema previdenciário brasileiro aos de outros países, não se levam em conta dois dados essenciais: a) a nossa realidade social nada tem a ver com a holandesa e a alemã, por exemplo, onde os funcionários públicos são valorizados e ganham satisfatoriamente; b) no Brasil, estão em vigor direitos constitucionais específicos para regular a aposentadoria dos servidores públicos, que precisam ser respeitados, pois vivemos no Estado de Direito democrático." Anderson Xavier (Rio de Janeiro, RJ) Sem efeito "Nada mais sensato do que os EUA pedirem sua exclusão da ONU. Se Bush diz que poderá bombardear o Iraque mesmo sem a autorização do Conselho de Segurança da ONU, por que então continuar a participar de uma organização cujas normas não quer aceitar? Sobre isso, poderia citar ainda a hipocrisia na ocasião da não-assinatura do Protocolo de Kyoto. Deus no céu e o petróleo na terra." Ricardo Alves de Oliveira (São João Nepomuceno, MG) Outro rumo "Um garotinho negro e pobre morreu semana passada no Rio de Janeiro, vítima de disparo de policial. O cantor e ator Sabotage morreu vítima da mesma violência por parte de um desconhecido. Desta vez, como em outras, eram ambos vítimas de uma sociedade injusta, mas eram pessoas que poderiam ter futuros promissores. Um por ainda ser criança e outro que estava conseguindo provar que, mesmo vivendo na periferia, poderia fazer de sua vida e de outros motivo de orgulho e esperança. Definitivamente precisamos mudar o rumo dessa história." Márcio Rogério Rosa (São Paulo, SP) Trânsito e cidadania "Se este fosse um país sério, não leríamos manchetes como "Prepare seu bolso: novos radares de trânsito instalados" nem ouviríamos asneiras de motoristas reclamando deles. Bastaria cumprirmos a lei. Como se faz em países sérios." Carlos Bruni Fernandes (São Paulo, SP) Assessoria "Solicito publicar correção da reportagem publicada em 24/1 na pág. C4 (Cotidiano) com o título "Prefeitura remove camelôs do centro". A operação realizada no dia anterior à publicação vinha sendo planejada havia semanas. Tal operação começou às 13 e terminou às 16h. E, em nenhum momento, no dia anterior à publicação, esta assessoria de imprensa foi procurada por repórter da Folha. Eu não me recusaria e teria prazer em atendê-lo, como venho fazendo com toda a imprensa. A informação publicada na reportagem "Os fiscais passaram orientando os ambulantes para que não trabalharem no sábado, por causa da caminhada histórica, disse Josefa Nogueira, 40, presidente do sindicato dos permissionários (camelôs regulares)", não é verídica. Os ambulantes foram alertados a não trabalhar no último sábado por tratar-se de um feriado -o TPU [Termo de Permissão de Uso" não permite fazê-lo aos domingos e feriados." Carmen Olivieri, assessoria de imprensa da Subprefeitura da Sé (São Paulo,SP) Resposta do jornalista Sérgio Duran - A assessora foi procurada pela reportagem às 17h30. Seus assessores informaram que ela havia encerrado seu expediente às 17h, razão pela qual a assessoria de imprensa da prefeitura foi acionada para tentar contato com o subprefeito da Sé, como consta da reportagem. Texto Anterior: Emir Sader: Cultura não é mercadoria Próximo Texto: Erramos Índice |
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