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NOVO TROPEÇO
O Pentágono disse anteontem que desativará o Escritório
de Informações Estratégicas, criado
em segredo após os ataques de 11 de
setembro. O órgão supostamente seria usado para fornecer informações
falsas a jornalistas e a líderes civis estrangeiros -aliados ou não.
O secretário da Defesa, Donald
Rumsfeld, justificou a decisão dizendo que as críticas dirigidas ao escritório eram equivocadas, mas que a
imagem do órgão tinha sido manchada. Diversos jornais americanos
criticaram a administração de George W. Bush por ter ocultado a criação
do escritório até a semana passada e,
sobretudo, por causa da suposta
missão do órgão.
Segundo Rumsfeld, os "EUA nunca mentiram nem mentirão sobre
suas ações militares". Contudo, durante a campanha militar no Afeganistão, o Pentágono teve de enfrentar
veementes contestações de repórteres de vários países sobre informações divulgadas pelo governo.
Por exemplo, na semana passada,
Rumsfeld reconheceu que, diferentemente do que o Pentágono havia dito, ataques dos EUA realizados na região de Tora Bora não tinham matado combatentes da rede terrorista Al
Qaeda nem do Taleban, mas só civis,
como os jornalistas haviam relatado.
O caso se transformou em mais
uma trapalhada do governo dos
EUA. Já houve outros exemplos. A
campanha no Afeganistão foi inicialmente chamada de operação Justiça
Infinita, o que provocou a ira dos
muçulmanos, pois, para eles, só
Allah pode realizá-la. Em janeiro,
Bush inseriu no que classificou de
"eixo do mal" o Iraque, o Irã e a Coréia do Norte, causando consternação em alguns aliados.
É sabido que os serviços de inteligência da maioria dos países realizam missões de desinformação com
o intuito de confundir o inimigo.
Nesse caso, a única novidade foi
Washington criar um órgão específico para fazê-lo.
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