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MISTÉRIO NO ZÔO
Embora ainda não se possa
descartar completamente a hipótese de contaminação acidental,
tudo sugere que pelo menos 59 dos
cerca de cem animais que foram encontrados mortos no Zoológico de
São Paulo desde o dia 24 de janeiro
tenham sido intencionalmente envenenados. A polícia já tem até o número de suspeitos que comporiam o
grupo zoocida: cinco.
A aparente solução do mistério de
quem teria matado os animais nos
remete imediatamente para um outro: por quê? Falta a este crime um
"cui prodest", alguém que se beneficie do delito. A hipótese adiantada
pelos investigadores -desmoralizar
a direção do zôo- soa frágil.
A cúpula da fundação que administra o Zoológico ficaria desmoralizada se os bichos estivessem morrendo
em virtude de incúrias na gestão, como a falta de alimentos ou de veterinários, não pela ação de um grupo
criminoso.
No mais, ao que tudo indica, os
agressores tinham conhecimento
técnico suficiente dos venenos empregados para saber que estes seriam
detectados e que a hipótese de contaminação acidental não prosperaria.
Isso apenas adiciona mistério a um
caso já cheio de enigmas.
Deve-se hipotecar toda a solidariedade à direção do zôo e aos paulistanos em geral pelas mortes dos animais. Trata-se de um caso que comove e intriga São Paulo -e entrará
para a crônica da cidade.
Não há como deixar de reparar, entretanto, que a alocação de 38 policiais -alguns dos quais com formação científica- para elucidar o caso
parece um tanto exagerada, num
contexto em que muitos crimes contra pessoas que habitam a cidade não
merecem a devida atenção dos órgãos de segurança.
É de esperar, ao menos, que o caso
seja logo elucidado e os responsáveis
punidos.
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