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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
Preparar a Páscoa
Entramos no tempo da Quaresma. É o período de quarenta dias
que preparam a Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, o grande evento da
redenção da humanidade. Predita pelos profetas ao longo do Antigo Testamento, a salvação é alcançada e prometida pela morte e ressurreição do
Filho de Deus.
Essa é a revelação do mistério da misericórdia de Deus, proclamada pelo
próprio Cristo e anunciada ao mundo
pelos seus discípulos. A fé em Jesus
Cristo nos faz conhecer o infinito
amor de Deus, que nos concede o perdão dos pecados, a reconciliação definitiva entre povos, raças e culturas e a
esperança de comunhão eterna e feliz
com a própria Trindade Divina. Esse
acontecimento é tão maravilhoso que
passou a ser celebrado pelas comunidades cristãs a cada ano, incluindo a
preparação dos fiéis no empenho
sempre maior de agradecer pelo dom
divino da redenção e de adequar a
própria vida à mensagem do Divino
Mestre e Salvador.
O seguimento de Cristo proporciona a seus discípulos uma constante
resposta para colocar em prática seus
ensinamentos pela conversão pessoal
e pelo testemunho de vida que oferece
aos que ainda não conhecem Jesus
Cristo, os valores do Evangelho e os
gestos da caridade cristã.
O tempo de Quaresma se destina à
renovação espiritual, revendo a própria vida, reconhecendo as faltas de
procedimento e pedindo perdão pelos
pecados e a graça para crescer na comunhão com Deus e com o próximo.
Na tradição do caminho penitencial,
a Igreja convida os fiéis para três atitudes: o jejum, a oração e a esmola. Podemos nos perguntar como assumir
esses conselhos em nossa vida.
O jejum nos ajuda a controlar os excessos na busca do prazer e a retificar
o nosso procedimento. A moderação
faz parte da conservação da saúde, da
disciplina pessoal e do autodomínio.
Hoje, no entanto, há aspectos que requerem urgente conversão, com especial atenção aos jovens. Basta que nos
lembremos dos dias de Carnaval para
perceber a difusão crescente da bebida
alcoólica, dos tóxicos e do sexo fácil e
sem compromissos. Tudo isso causa
estrago enorme entre os jovens, destruindo valores, comprometendo a
saúde e, não raro, a própria vida. A
medida governamental de distribuição de preservativos precisa ser revista
em profundidade à luz do dano moral
e dos graves efeitos negativos que
acarreta, a começar da banalização do
sexo e da perda do sentido do verdadeiro amor.
A oração é componente central da
vida cristã e precisa sempre ser intensificada em nível pessoal e comunitário, abrindo novas oportunidades para meditar sobre os ensinamentos de
Cristo e neles encontrar o caminho da
plena realização.
Quanto à esmola, entendemos o valor que adquire à luz da caridade fraterna, que não se resume em pequenos gestos de doação, mas na atitude
de quem assume a partilha como regra de vida e se empenha para uma ordem social solidária e justa.
Neste ano, a Campanha da Fraternidade coloca em evidência o tema
"Água, fonte de vida", de tanto alcance para a preservação da natureza e
para a saúde e o bem-estar da população, a começar dos mais pobres.
Unamos nossas preces para obter de
Deus a conversão dos corações e a esperança da vida nova que a Páscoa significa e nos alcança.
Dom Luciano Mendes de Almeida escreve aos
sábados nesta coluna.
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