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São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2003

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A CARTA EUROPÉIA

A União Européia (UE) precisa rapidamente de uma nova Constituição para seguir crescendo. Se já é difícil chegar a decisões acerca de inúmeros temas, como política externa e de segurança, que, pelas regras atuais, precisam ser tomadas consensualmente pelos 15 países-membros, essa tarefa ficará praticamente impossível a partir de maio de 2004, quando mais dez nações, a maioria do Leste Europeu, passarão a integrar a UE.
O consenso, porém, de que precisa haver mudanças está longe de significar unanimidade sobre o seu conteúdo. Os trechos do rascunho de projeto de Constituição proposto pela Convenção sobre o Futuro da Europa (CFE), que foram divulgados anteontem, não escondem as dificuldades da tarefa. Parece haver acordo para a aprovação de alguns tópicos, como a criação do posto de presidente do Conselho Europeu e de chanceler do bloco, mas permanece a indefinição acerca das questões que realmente importam: como se dará a divisão de poder e quais serão os mecanismos de tomada de decisão.
Com a expansão do bloco, as atuais decisões tomadas por consenso precisarão ser trocadas por algum tipo de maioria. E é evidente que muitos países, principalmente os menores, temem mudanças. Receiam ser engolidos por vizinhos mais fortes.
Apesar das dificuldades, tudo leva a crer que a UE saberá superá-las. A Europa já conseguiu concluir tarefas que muitos julgavam impossíveis, como criar uma moeda única e reunir num mesmo bloco países que poucas décadas antes haviam combatido guerras sangrentas em diferentes lados das trincheiras. No xadrez da política internacional, o fortalecimento do bloco europeu tem uma perspectiva estratégica. A Europa é um pólo fundamental para que se contrabalance o crescente unilateralismo da política norte-americana.


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