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A CARTA EUROPÉIA
A União Européia (UE) precisa
rapidamente de uma nova
Constituição para seguir crescendo.
Se já é difícil chegar a decisões acerca
de inúmeros temas, como política
externa e de segurança, que, pelas regras atuais, precisam ser tomadas
consensualmente pelos 15 países-membros, essa tarefa ficará praticamente impossível a partir de maio de
2004, quando mais dez nações, a
maioria do Leste Europeu, passarão
a integrar a UE.
O consenso, porém, de que precisa
haver mudanças está longe de significar unanimidade sobre o seu conteúdo. Os trechos do rascunho de
projeto de Constituição proposto pela Convenção sobre o Futuro da Europa (CFE), que foram divulgados
anteontem, não escondem as dificuldades da tarefa. Parece haver acordo
para a aprovação de alguns tópicos,
como a criação do posto de presidente do Conselho Europeu e de chanceler do bloco, mas permanece a indefinição acerca das questões que realmente importam: como se dará a divisão de poder e quais serão os mecanismos de tomada de decisão.
Com a expansão do bloco, as atuais
decisões tomadas por consenso precisarão ser trocadas por algum tipo
de maioria. E é evidente que muitos
países, principalmente os menores,
temem mudanças. Receiam ser engolidos por vizinhos mais fortes.
Apesar das dificuldades, tudo leva a
crer que a UE saberá superá-las. A
Europa já conseguiu concluir tarefas
que muitos julgavam impossíveis,
como criar uma moeda única e reunir num mesmo bloco países que
poucas décadas antes haviam combatido guerras sangrentas em diferentes lados das trincheiras. No xadrez da política internacional, o fortalecimento do bloco europeu tem
uma perspectiva estratégica. A Europa é um pólo fundamental para que
se contrabalance o crescente unilateralismo da política norte-americana.
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